Não que isto seja novidade por aqui. Há bons anos, as Towners rosa-choque viraram fonte de renda de vendedores em inúmeras esquinas. Mas transformar um carro em restaurante, sem descuidar da higiene e visual, é um desafio. Ainda mais se a especialidade for comida japonesa, que precisa ficar longe do calor.
Alan comprou um furgão e contratou um engenheiro de alimentos para fazer o desenho industrial do veículo. Precisava de energia para manter os ingredientes do temaki resfriados. A solução foi alimentar baterias por meio de um teto solar, revestido com garrafa PET, capaz de manter a geladeira da van funcionando por até 30 horas. Na falta de sol, hélices instaladas no carro aproveitam a energia gerada pelo vento.
“Seria impossível criar um negócio móvel se dependêssemos dos pontos de energia espalhados pela cidade de São Paulo”, explica o empreendedor de 26 anos. Com o projeto pronto, ele procurou um profissional que adapta ambulâncias para finalizar o restaurante. “Ele nunca tinha feito isso, e acabou dando certo”. A temakeria móvel estava pronta.
Há um ano e dois meses, Alan começou a estacionar na porta de baladas e eventos em São Paulo, e também em praias do litoral norte paulista na alta temporada, onde o movimento é até dez vezes maior, segundo ele. Há poucas semanas, passou a trabalhar em dois turnos, vendendo uma média diária de 250 temakis, de segunda a sábado. De dia, próximo a centros empresariais, e de madrugada, onde há agitação.
O DJ faz questão de mostrar a higiene de seu negócio: nada de jogar resíduos ou água suja na rua. Para isso, ele instalou uma caixa d’água de 100 litros para preparar a comida, e outra para o descarte. “Coletamos os resíduos e a água é armazenada para ser dispensada em esgotos adequados”, conta.
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Seria impossível criar um negócio móvel se dependêssemos apenas dos pontos de energia espalhados pela cidade de São Paulo
Com dois funcionários no período diurno e três no noturno – foi preciso um segurança para botar ordem nos boêmios e baladeiros – Alan ainda se divide entre as funções de empresário e DJ, o que rouba boas horas de seu sono.
Mas a jornada dupla tem um objetivo claro. “Minha intenção é dobrar o faturamento da empresa em 2013”, diz o microempresário. A receita bruta anual do negócio foi de aproximadamente R$ 300 mil, mesmo valor do custo total do projeto. Para clonar um segundo veículo, que deve ficar pronto este ano, ele calcula desembolsar cerca de R$ 200 mil.
O DJ afirma já ter recebido 150 emails com propostas para abrir franquias pelo Brasil, mas acha cedo para arriscar em uma expansão. “Prefiro esperar para estar mais estruturado”.
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