Cenas de guerra civil. Ruas tomadas, tiroteios e coquetéis molotov, barricadas impedindo a passagem de veículos da polícia supermercados vazios, farmácias vazias, hospitais e clínicas de saúde lotadas. Sete jovens estudantes foram mortos, um atropelado, os outros vítimas de tiros. Não há uma estimativa confiável sobre o número de feridos, que já são muitos.
Os manifestantes, de branco, protestam contra um governo que controla a Justiça, a polícia e as Forças Armadas, que faz todo o possível para calar o que resta de imprensa livre, que conduz uma política econômica desastrosa, com inflação crescente e falta generalizada de alimentos, remédios e outros artigos de primeira necessidade.
As aulas estão suspensas, mas algumas pessoas ainda conseguem ir trabalhar. Hoje o dólar bateu a marca de 87 bolívares — há um ano, valia 6,3 bolívares. O que se consegue comprar vem contrabandeado da Colômbia. Há meses não se vê nas prateleiras açúcar, papel higiênico, farinha de trigo, desinfetante, leite, detergente, carne, frango. Nas missas, não há hóstias.
Uma brasileira que mora na Venezuela, que entrou em contato com o blog e pede para não ser identificada, conta que “enquanto as pessoas protestam nas ruas, fazem queima de pneus e batem panelas, o governo anuncia pacotes econômicos. As notícias nos chegam por twitter e whatsApp, porque a TV é totalmente controlada pelo governo.”
Uma inquietação dela, repetida nas redes sociais, é sobre a falta de crítica dos países da América Latina, e do Brasil, em especial, à repressão aos manifestantes: “Enquanto isso, a presidente do Brasil está falando da tragédia na Ucrânia”.
Abaixo, fotos que dão uma ideia do que se passa nas ruas do país vizinho:
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