VIDEO •► EDUARDO CUNHA RECEBE PRINCIPAL PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara (Foto: Maryanna Oliveira / Câmara dos Deputados)
A Presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Defesa, Jaques Wagner, participam da cerimônia comemorativa do Dia do Exército, no Setor Militar Urbano (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Eduardo Cunha recebe principal pedido de impeachment de Dilma
Dilma vai ao STF para interromper processo de impeachment na câmara e diz que não irá renunciar

Publicado em 17 de set de 2015

A presidente Dilma Rousseff já instruiu seus ministros para que preparem uma estratégia de resistência jurídica no caso de uma derrota no TCU (Tribunal de Contas da União) ou se um processo de impeachment for instalado contra ela na Câmara dos Deputados.
Assinado por jurista e ex-fundador do PT, documento foi encampado pela oposição REDAÇÃO ÉPOCA 17/09/2015 -  

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, recebeu nesta quinta-feira (17) o principal pedido de impeachment da presidenteDilma Rousseff
O documento foi entregue pelo jurista Miguel Reale Júnior e por uma filha de Hélio Bicudo, ex-fundador do PT, que não pôde comparecer devido à saúde fragilizada. 
Maria Lúcia Bicudo, ao Expresso, antecipou que o pai, aos 93 anos, não tinha condições de ir ao gabinete do presidente da Câmara entregar o texto.
"Lutamos contra a ditadura dos fuzis, agora lutamos contra a ditadura da propina", discursou Reale Júnior, segundo o jornal Folha de S. Paulo. "Basta de mentiras", afirmou Maria Lúcia ao cobrar dos políticos ética e coerência.
Este pedido de impeachment é tido como principal pois foi encampado pela oposição
Reale Júnior vinha elaborando parecer para embasar o pedido pretendido pelo PSDB, encabeçado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas a oposição preferiu apoiar um documento assinado pelo jurista.
Outro procedimento
Cunha não seguiu o próprio protocolo ao aceitar o pedido de impeachment de Reale Júnior e Bicudo. Todos outros, inclusive o que Bicudo pretendia apresentar sozinho inicialmente, foram apresentados a departamentos técnicos da Câmara. 
Neste caso, o presidente da Casa abriu o próprio gabinete e permitiu à imprensa acompanhar a entrega na sala da presidência.
O peemedebista negou tratar o caso de maneira diferente da que usa para lidar com as lideranças da Câmara ou movimentos sociais. 
"Recebi em audiência os líderes que me pediram audiência. Aqui recebo a todos. 
Os movimentos já vieram aqui várias vezes e todas as vezes que vieram e me pediram, eu recebi", afirmou em trecho reproduzido pela Folha.
RCN 
TRAMITAÇÃO DO PEDIDO DE IMPEACHMENT.
1 Pedido

Qualquer cidadão pode apresentar à Câmara um pedido de impeachment do presidente da República. O pedido precisa apontar um crime de responsabilidade que tenha sido cometido pelo presidente, como improbidade, ou uso ilegal de recursos


2 Acolhimento

Cabe ao presidente da Câmara dos Deputados decidir se arquiva o pedido ou o encaminha à análise dos outros deputados federais. Em 2015, a Câmara recebeu 22 pedidos de impeachment -9 foram arquivados e 8 aguardam decisão de Eduardo Cunha


3 Recurso

Em caso de arquivamento do pedido, deputados podem recorrer para que a decisão seja transferida para o plenário. Para que o pedido de impeachment siga adiante, basta o apoio de metade mais um dos deputados presentes no plenário


4 Abertura

Caso o pedido seja acolhido, uma comissão especial irá analisá-lo e submetê-lo ao plenário. Para que o processo de impeachment seja aberto, será necessário o apoio de pelo menos 342 dos 513 deputados federais, ou dois terços do plenário


5 Afastamento

Aberto o processo de impeachment, o presidente da República é afastado de suas funções por 180 dias, para ser processado e julgado pelo Senado


6 Julgamento

O julgamento do presidente ocorre no Senado, numa sessão com discursos de acusação e defesa, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal. Para condenar o presidente, é necessário o voto de 54 dos 81 senadores, dois terços do plenário


7 Pena

Em caso de condenação, o presidente perde o mandato e pode ficar inelegível por oito anos, como ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor em 1992


8 Novo presidente

Em caso de impeachment, o vice-presidente assume o cargo, com a missão de concluir o mandato do presidente afastado


9 Nova eleição

Haverá novas eleições se o vice-presidente também for alvo de impeachment ou cassação. Se o afastamento ocorrer nos primeiros dois anos do mandato, haverá novas eleições diretas. Se for na outra metade do mandato, o Congresso escolherá o novo presidente



10 Presidente interino

Se houver a necessidade de convocar novas eleições, o presidente da Câmara dos Deputados assumirá o governo interinamente, até que um novo presidente seja eleito

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