Caça
Gripen, da sueca SAAB(Johan Nilsson/AFP/VEJA)
Documentos apreendidos em escritório de lobista fazem menção a ação do Instituto Lula para favorecer a sueca Saab 22/01/201
A Polícia Federal suspeita que os
pagamentos de 2,5 milhões de reais feitos a um dos filhos do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tenham relação não só com a edição de medidas provisórias,
mas também com a compra dos caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea
Brasileira (FAB).
Em depoimento prestado à PF e obtido pelo jornal O
Estado de S.Paulo, Lula disse que essas hipóteses são "um
absurdo".
Perguntado se os repasses a Luís
Cláudio Lula da Silva foram "alguma contraprestação por serviços
prestados" pelo ex-presidente "à Saab para que essa viesse a vencer a
concorrência para a compra dos caças", Lula disse, conforme registrado na
transcrição do depoimento, que "nega veementemente e considera essa
hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse
assunto".
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O delegado Marlon Cajado também quis
saber se os valores pagos a Luís Cláudio seriam "em decorrência da
elaboração de medidas provisórias por ele, enquanto presidente, ou para
influenciar em 'vetos' ou 'não vetos' a emendas em medidas provisórias".
Lula afirmou que considera essa hipótese "outro absurdo, uma vez que as
medidas provisórias seguiram todo o trâmite regular dentro do Poder Executivo e
foram aprovadas pelas duas casas do Congresso Nacional".
A empresa LFT Marketing Esportivo,
que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu pagamentos de 2,5 milhões de
reais da Consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos, do lobista Mauro
Marcondes Machado.
Ele e a mulher, Cristina Mautoni, estão presos, acusados de
operar suposto esquema de pagamento de propina a servidores e autoridades
federais para viabilizar medidas provisórias do interesse de montadoras de
veículos.
Mauro Marcondes também foi
representante do grupo que controla a Saab. Documentos apreendidos pela PF,
revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo, indicam que ele também
fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças.
Lula foi questionado sobre documentos
apreendidos na Marcondes e Mautoni que faziam menção a tratativas com o
ex-presidente e o Instituto Lula para favorecer a Saab.
Um deles citava uma
"solicitação da empresa sueca para que o ex-presidente levasse seu apoio à
contratação da Saab para a presidente Dilma (Rousseff)".
O ex-presidente
disse que "nunca recebeu ou levou esse assunto ao conhecimento da
presidente". Lula frisou que "nunca discutiu com Dilma sobre a
contratação de caças para a indústria brasileira".
A negociação para a compra dos caças
começou no governo Lula e foi concluída na gestão Dilma por 5
bilhões de dólares.
Ao fim de seu segundo mandato, em 2010, o
ex-presidente declarou que conversaria sobre o assunto com a então presidente
eleita.
"É uma decisão importante, daquelas que não posso tomar sozinho,
faltando um mês e meio para terminar meu mandato, porque é uma decisão do longo
prazo".
O ex-presidente afirmou que nunca tratou a respeito com Mauro
Marcondes.
(Com Estadão Conteúdo)
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