A tese levantada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na entrevista coletiva desta semana, de que delatores estariam sendo incentivados a oferecer sua cabeça numa bandeja, já foi confirmada por dois réus; em Brasília, o advogado Roberto Podval afirmou que seu cliente, Mauro Marcondes, foi ameaçado: se não entregasse Lula ou seu filho Luis Claudio, sua esposa seria presa – o que de fato aconteceu; agora, o advogado Arnaldo Malheiros afirma que seu cliente, o pecuarista José Carlos Bumlai, só está preso porque representa uma isca para se chegar ao "molusco cafalópode", que "muitos gostariam de ver numa frigideira"; no entanto, nem Marcondes, nem Bumlai têm demonstrado disposição em delatar Lula
22 DE JANEIRO DE 2016
Na entrevista que concedeu a diversos jornalistas nesta semana, da qual participou Gisele Federicce, editora do 247, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma acusação grave: a de que integrantes do Poder Judiciário estariam pressionando réus, presos preventivamente, a entregar sua cabeça a prêmio, em acordos de delação premiada.
– Eu já ouvi dizer que nas perguntas, nas delações, o grande prêmio é falar o nome do Lula – disse o ex-presidente, ao responder a primeira questão, feita por Gisele.
A tese levantada por Lula, aparentemente, começa a se confirmar. Na semana passada, o advogado Roberto Podval afirmou que seu cliente, o lobista Mauro Marcondes, réu na Operação Zelotes, foi ameaçado: se não entregasse Lula ou seu filho Luis Claudio, sua esposa, a empresária Cristina Mautoni, seria presa – o que de fato aconteceu.
Agora, foi a vez de outro réu, o pecuarista José Carlos Bumlai, denunciar pressões para entregar a cabeça de Lula a prêmio.
Segundo Arnaldo Malheiros, que o defende na Lava Jato, Bumlai apareceu na imprensa "como se fosse ele a isca perfeita para se conseguir fisgar o peixe (ou melhor, o molusco cefalópode) que muitos queriam – e ainda querem– na frigideira".
No entanto, nem Bumlai nem Marcondes parecem dispostos a entregar o ex-presidente Lula.
Executivo de montadoras, ligado à Anfavea, Marcondes não sinalizou em nenhum momento nada que implicasse o ex-presidente. Bumlai, por sua vez, afirma que o banco Schahin não permitiu que ele quitasse um empréstimo com o banco, para que se tornasse "refém" – assim, o grupo Schahin, que fez negócios bilionários na Petrobras, poderia explorar sua amizade com o ex-presidente.
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