Peritos avaliam que só após estudo será possível saber se houve cópia do
conteúdo do aparelho
BRASÍLIA — Para dar início ao inquérito sobre os ataques
de hackercontra o ministro da Justiça, Sergio Moro ,
peritos da Polícia Federal foram à sede do ministério para realizar a extração
de dados do celular dele. Esse processo permite obter o histórico de ligações e
da utilização dos aplicativos, com o objetivo de tentar rastrear a origem dos
ataques. O ministro seguiu o conselho de Alcolumbre e vai comparecer espontaneamente ao Senado no dia 19 para
prestar esclarecimentos.
A tentativa de invasão foi informada
por Moro à PF na terça-feira passada. Após suspeitar dos ataques, o ministro
trocou de aparelho celular. É este aparelho antigo que teve seus dados
extraídos para permitir o avanço da investigação, que foi aberta na semana
passada pela PF.
Depois de invadir o celular de Moro, o
hacker ligou para o próprio ministro. Moro achou estranho mas, mesmo assim,
atendeu. Momentos após essa ligação, o invasor acessou o Telegram de Moro.
Há pelo menos dois anos o ministro não usava ao aplicativo. A partir daí, o
ministro não teve dúvidas de que poderia estar sendo vítima de um golpe. Moro repassou
a informação para a PF investigar o caso e trocou de linha.
De acordo com peritos da PF, só depois
da análise dos dados do aparelho celular é que será possível saber se o hacker
conseguiu ou não copiar o conteúdo das conversas do ministro.
Com o rastreamento das origens do
telefonema e dos acessos ao aplicativo Telegram do celular de Moro, cujos dados
ficam armazenados no sistema e nas operadoras de telefonia, seria possível
chegar ao autor dos ataques, avalia a PF.
A PF também investiga casos de ataques
hacker contra procuradores da Lava-Jato, como o coordenador da força-tarefa de
Curitiba Deltan Dallagnol, e também tentativas contra procuradores do Rio
de Janeiro.
Após a onda de ataques, o site
"Intercept Brasil" divulgou uma série de diálogos entre Moro e
Dallagnol. Segundo o site, Moro deu orientações ao procurador sobre como
atuar em processos da Lava-Jato, inclusive em um que investigava o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas reportagens, o site ressalta que
obteve o material de uma fonte anônima antes dos relatos de ataques hacker.
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