◘ PF EXTRAI DADOS DE CELULAR DE SERGIO MORO PARA INVESTIGAR ATAQUES DE HACKER.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, em solenidade na capital federal Foto: Adriano Machado / Reuters
Peritos avaliam que só após estudo será possível saber se houve cópia do conteúdo do aparelho
BRASÍLIA — Para dar início ao inquérito sobre os ataques de hackercontra o ministro da Justiça, Sergio Moro , peritos da Polícia Federal foram à sede do ministério para realizar a extração de dados do celular dele. Esse processo permite obter o histórico de ligações e da utilização dos aplicativos, com o objetivo de tentar rastrear a origem dos ataques. O ministro seguiu o conselho de Alcolumbre e vai comparecer espontaneamente ao Senado no dia 19 para prestar esclarecimentos.
A tentativa de invasão foi informada por Moro à PF na terça-feira passada. Após suspeitar dos ataques, o ministro trocou de aparelho celular. É este aparelho antigo que teve seus dados extraídos para permitir o avanço da investigação, que foi aberta na semana passada pela PF.
Depois de invadir o celular de Moro, o hacker ligou para o próprio ministro. Moro achou estranho mas, mesmo assim, atendeu. Momentos após essa ligação, o invasor acessou o Telegram de Moro. Há pelo menos dois anos o ministro não usava ao aplicativo. A partir daí, o ministro não teve dúvidas de que poderia estar sendo vítima de um golpe. Moro repassou a informação para a PF investigar o caso e trocou de linha.
De acordo com peritos da PF, só depois da análise dos dados do aparelho celular é que será possível saber se o hacker conseguiu ou não copiar o conteúdo das conversas do ministro.
Com o rastreamento das origens do telefonema e dos acessos ao aplicativo Telegram do celular de Moro, cujos dados ficam armazenados no sistema e nas operadoras de telefonia, seria possível chegar ao autor dos ataques, avalia a PF.
A PF também investiga casos de ataques hacker contra procuradores da Lava-Jato, como o coordenador da força-tarefa de Curitiba Deltan Dallagnol, e também tentativas contra procuradores do Rio de Janeiro.
Após a onda de ataques, o site "Intercept Brasil" divulgou uma série de diálogos entre Moro e Dallagnol. Segundo o site, Moro deu orientações ao procurador sobre como atuar em processos da Lava-Jato, inclusive em um que investigava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas reportagens, o site ressalta que obteve o material de uma fonte anônima antes dos relatos de ataques hacker.

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