Locomotiva da Rumo cruza Engenheiro Schmitt em passagem de nível com rua do distrito, situação que deixará de existir com o contorno
Contorno ferroviário
Projeto prevê execução do contorno ferroviário de São José do Rio Preto, em 3 anos.
Estimado em R$ 541 milhões, contorno que vai tirar
trem de carga do perímetro urbano de Rio Preto terá 18 obras de artes especiais
entre viadutos e ponte distribuídos em percurso de 53,8 quilômetros
O projeto do contorno ferroviário para retirar o tráfego de
trens de carga da região central de Rio Preto e também das cidades de Mirassol
e Cedral avança no governo federal. O projeto básico foi atualizado pela quarta
vez e recebeu a classificação de "versão final" do Departamento
Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit). O estudo prevê a execução da obra
em 36 meses, ou seja, três anos após seu início. O contorno terá extensão de
53,8 quilômetros. O custo estimado é de R$ 541,1 milhões.
A obra faz parte do pacote de intervenções que serão realizadas
pela concessionária Rumo em contrapartida da prorrogação antecipada do contrato
de concessão de mais 30 anos da Ferrovia Malha Paulista do governo federal. O
contorno em Rio Preto é a primeira obra no ranking de todas as que terão de ser
executadas pela empresa no Estado.
No dia 17, o engenheiro do Dnit Anderson Benedito Sass Murbach
sugeriu a aprovação da minuta do projeto básico da obra do contorno.
"Importa-se ressaltar que o fato do empreendimento passar a ser de
responsabilidade da concessionária Rumo não altera o nível de exigências da DIF
[Diretoria de Infraestrutura Ferroviária]", afirmou ele. O projeto recebeu
o nome de "versão final", embora o Dnit admita que ainda possa passar
por ajustes, se for o caso.
Uma das principais novidades divulgadas pelo órgão federal nesta
etapa é a construção de 18 obras de artes especiais ao longo do trajeto do
contorno entre Mirassol e Cedral. São viadutos e uma ponte ferroviária
distribuídos ao longo da ferrovia em cruzamentos com as rodovias BR-153 e
Washington Luís e com estradas vicinais, como a localizada entre Bady Bassitt e
Nova Aliança.
"Das 17 obras restantes, foi priorizada a transposição
através de viadutos nos locais de travessias rodoviárias e nos cruzamentos com
estradas vicinais (em função da topografia do local), foram previstas passagens
em nível e também cruzamentos em passagens inferiores e superiores",
afirmou a Maia Melo Engenharia Ltda em documento encaminhado ao Dnit no início
deste mês, ao qual o Diário teve acesso.
"A classificação do porte da obra é obtida a partir da
relação entre a previsão de extensão de pista simples executada por ano
(km/ano) e o seu cronograma de execução. Nesta obra, tal relação é de 20
quilômetros por ano, o que permite classificá-la como uma obra de médio
porte", consta na nota técnica do Dnit.
A estimativa é de que serão necessários entre 251 e 500
funcionários e três técnicos de segurança do trabalho para a realização do
serviço.
Ajustes
Apesar de aprovar a prorrogação da concessão, o Tribunal de
Contas da União (TCU) exigiu do governo federal algumas modificações no
contrato para chancelar a concessão da Malha Paulista à Rumo. Entre as quais, o
debate com os municípios sobre o que será feito com as linhas férreas que serão
desativadas.
Em Rio Preto, o prefeito Edinho Araújo (MDB) afirmou que a sua
intenção é destinar a linha férrea para a construção de um Veículo Leve sobre
os Trilhos (VLT). O transporte seria utilizado para interligar regiões da
cidade por meio do atual traçado da ferrovia que corta o município.
Atualmente, Rio Preto utiliza trecho de aproximadamente 10
quilômetros para o projeto Trem Caipira, programa turístico que transporta
passageiros de Rio Preto até o distrito de Engenheiro Schmitt. A viagem é
gratuita, mas é necessário se inscrever com antecedência na Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Investimentos
de R$ 7 bilhões
A concessionária Rumo afirmou que
a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) representa uma etapa
importante no processo de renovação antecipada da Malha Paulista. Caberá agora
à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fazer ajustes solicitados
pelo TCU para que o contrato possa ser estendido até 2058.
"A assinatura do contrato
com o Ministério da Infraestrutura viabilizará um aporte de cerca de R$ 7
bilhões em obras de redução de conflitos urbanos e expansão de capacidade,
entre outros investimentos, na ferrovia que corta o Estado de São Paulo até o
Porto de Santos", afirmou a Rumo em nota.
De acordo com a concessionária,
os investimentos vão representar aumento de 150% de capacidade de transporte na
Malha Paulista, passando de 30 milhões de toneladas para 75 milhões de
toneladas anuais. "Esse ganho elevará a eficiência de escoamento do
agronegócio brasileiro e a movimentação de produtos industriais pelo interior
do País", afirmou a Rumo por meio da assessoria. (RL)
Dados da obra
- § extensão do trajeto do contorno: 53,8 km
- § número de obras de artes especiais, como viadutos: 18
- § custo: R$ 541,1 milhões
- § prazo para a execução: 3
anos
Fonte: Dnit
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