Jair Bolsonaro: MONEY SHARMA/AFP via Getty Images
O
presidente Jair Bolsonaro usou a expressão "garoto" nesta
terça-feira para se referir ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, e
afirmou "ter coisa esquisita" em uma auditoria realizada no
banco de fomento para apurar supostas irregularidades na concessão de
empréstimos, no que Bolsonaro costuma chamar de "caixa preta" da
instituição.
"Essa
auditoria começou no governo Temer e tiveram dois aditivos. O último aditivo
parece, não tenho certeza, seria da ordem de 2 milhões de reais e chegou a 48
milhões. Está errado, tem coisa esquisita aí", disse o presidente ao
chegar no Palácio da Alvorada e se referir ao valor pago pela auditoria no
banco.
"Parece
que alguém quis raspar o tacho. Não sei se vou ter tempo de estar com (o
ministro da Economia) Paulo Guedes hoje, parece que ele já está em Brasília.
O
garoto (Montezano), é um jovem bem intencionado, ele que passou as informações
do aditivo", acrescentou.
Representantes
do BNDES não comentaram o assunto de imediato.
Na
semana passada, Montezano afirmou que a auditoria interna que prometia abrir a
caixa-preta do banco, que custou 48 milhões de reais, foi contratada pela
gestão anterior e sua divulgação, após não ter encontrado indícios de
irregularidades, foi mal interpretada.
Montezano
disse que, quando assumiu o banco em meados de 2019, 90% do relatório já estava
pronto e que a nova administração do banco de fomento apenas deixou a
consultoria terminar o trabalho e, após receber o relatório, divulgou uma
versão resumida para a população e entregou a completa para autoridades.
Ele
ainda defendeu o banco, afirmando que nada foi provado contra nenhum diretor ou
funcionário da instituição até hoje.
***Por
Lisandra Paraguassu, da Folhapress
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