Presidente reclamou com secretário
executivo da Casa Civil por ele não ter usado, como demais ministros, um avião
comercial.
O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário executivo da
Casa Civil, Vicente Santini, após ele ter usado um avião da FAB para
voar de Davos para a Índia. O uso da aeronave não é ilegal e obedeceu aos
critérios da Força Aérea Brasileira, mas o mandatário, antes de desembarcar no
Brasil, já havia reclamado da atitude do subordinado, que está substituindo o
ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, em férias.
“Inadmissível o que aconteceu. Já está destituído da função de executivo
do Onyx. Decido por mim. Vou conversar com o Onyx para ver quais outras medidas
vão ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu. Ponto final”, disse
o presidente ao chegar ao Palácio do Planalto na manhã desta terça (28),
retornando de sua viagem à Índia.
Ele reconheceu que a postura de Santini não foi ilegal, mas classificou
de imoral. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros
antigos foram de avião comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei no
passado, não era presidente, para a Ásia toda de classe econômica”, comparou.
Como disse o presidente, de fato, outros ministros que integraram sua
comitiva na Índia viajaram em voos comerciais — caso de Tereza Cristina
(Agricultura), que estava em agenda na Alemanha anteriormente, e de Paulo
Guedes (Economia), que assim como Santini, também estava em Davos.
Além de Santini, estavam no voo da FAB outras duas pessoas: a secretária
especial do Programa de Parceria de Investimentos, Martha Seillier, e a
assessora internacional do PPI, Bertha Gadelha.
Em nota, a Casa Civil afirmou somente que “a solicitação seguiu os
critérios definidos na legislação vigente”. Santini teria dito ao presidente,
segundo o próprio disse em coletiva à imprensa nesta manhã, que usou o avião da
Força Aérea por ter que participar de reunião de ministros, alegando tempo.
“Isso aí não rola; essa justificativa não”, acrescentou Bolsonaro.
Têm direito ao uso de aeronaves da FAB, além dos presidentes de poderes,
ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativa de
ministro e também comandantes das Forças Armadas.
Apesar de ter anunciado a exoneração de Santini do cargo de secretário
executivo da Casa Civil, Bolsonaro não disse se vai retirar o funcionário do
governo. Antes de exercer esse cargo, ele era subchefe de articulação e
monitoramento da pasta, promovido quando Abraham Weintraub foi nomeado ministro
da Educação.
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