Embraer ficará com apenas 20% de sua
principal geradora de caixa se União Europeia aprovar sua venda para a Boeing.
Nesta segunda-feira
(27), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem
restrições, a venda do controle da divisão de aviação
comercial da Embraer para
a Boeing. A decisão foi
assinada por Alexandre Cordeiro Macedo, superintendente-geral da autarquia.
A venda foi
anunciada na forma de uma joint-venture, ou seja, uma aliança estratégica na
qual a Boeing será detentora de 80% da principal geradora de caixa da Embraer,
enquanto a brasileira ficará com os 20% restantes.
“O Cade concluiu
que a operação resultará em benefícios para a Embraer, que passará a ser um
parceiro estratégico da Boeing. Dessa maneira, a divisão que permanece na
Embraer – aviação executiva e de defesa – contará com maior cooperação
tecnológica e comercial da Boeing”, informou o Cade em comunicado à imprensa.
No início do ano
passado, o governo Bolsonaro já havia dado permissão para a venda.
O negócio
foi anunciado anteriormente, em 2018, por US$ 4,75 bilhões.
Agora, a operação
só precisa da aprovação da União Europeia, que prorrogou o prazo para sua
resposta até dia 30 de abril.
Em defesa ao
negócio, Macedo disse por meio do Cade que “os investimentos mais pesados da
divisão comercial, que possui forte concorrência com a Airbus, ficarão a cargo
da Boeing” e que não há “indícios para afirmar que a operação comercial foi
estruturada com o intuito de inviabilizar uma eventual concorrência futura da
Embraer nos mercados de aeronaves comerciais com capacidade maior que 150
assentos”.
O negócio recebe
aprovação em meio às tentativas da Boeing de retomar os voos de seu modelo mais
vendido, o Boeing 737 Max, que
sofreu duas quedas, matou centenas de pessoas e está interrompido desde março
de 2019. Analistas de Wall Street já calculam um prejuízo de mais de US$ 25 bilhões
em decorrência da interrupção dos voos 737 Max.
Via: Exame
Nenhum comentário:
Postar um comentário