Um grupo de cientistas descobriu, num
meteorito que caiu há mais de 50 anos na Austrália, poeira estelar que é o
material mais antigo até agora encontrado na Terra. Terá entre 5 a 7 mil
milhões de anos
A poeira estelar, que os investigadores
calculam ter entre cinco e sete mil milhões de anos, encontrada no meteorito
"é o material sólido mais antigo já encontrado e conta-nos como é que as
estrelas se formaram na nossa galáxia", disse Philipp Heck, curador do Field
Museum, que anunciou a descoberta, e professor associado da Universidade de
Chicago.
Comparativamente, a idade do Sol está
estimada em 4,6 mil milhões de anos e a da Terra em 4,5 mil milhões de anos.
As estrelas formam-se a partir de
nuvens de poeira e gás e quando morrem produzem também nuvens de poeira
cósmica, que voltam a formar outros corpos celestes, como novas estrelas,
planetas, luas ou meteoritos.
Philipp Heck e a sua equipa analisaram
o meteorito - que caiu no estado australiano de Victoria em 28 de setembro de
1969 - e encontraram partículas denominadas 'grãos minerais pré-solares',
anteriores à formação do Sol, que terão ficado presas no meteorito e que já
tinham sido isolados há cerca de 30 anos na Universidade Chicago.
De acordo com os investigadores, grãos
pré-solares são encontrados em apenas cerca de cinco por cento dos meteoritos
que caíram na Terra.
Jennika Greer, estudante do Field
Museum e da Universidade Chicago e coautora do estudo, explica, num comunicado
do Field Museum, que o processo de análise do material presente no meteorito
"começa com a trituração de fragmentos do meteorito até ficarem em pó, que
se torna numa espécie de pasta e cheira a manteiga de amendoim podre". A
'pasta' é depois dissolvida em ácido até restarem apenas os grãos pré-solares.
Philipp Heck adianta que os grãos
pré-solares foram analisados para detetar o seu tempo de exposição a raios
cósmicos, que interagem com a matéria e formam novos elementos. "Quanto
mais tempo estiverem expostos, mais elementos se formam", explicou.
"Com este estudo, determinamos
diretamente a vida útil da poeira estelar. Esperamos que investigadores possam
usá-lo como ponto de partida para modelos de todo o ciclo de vida
galáctico", disse o cientista.
Fonte: DN
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