O sistema que muita gente costuma simplificar pelo uso do termo
"democracia" é o arranjo institucional em que o povo escolhe
representantes para criar e emendar leis, eventualmente aponta o chefe do
Executivo, e todos eles, incluindo o povo, estão sujeitos às mesmas leis,
através da operação do Judiciário.
Esse arranjo também leva o nome de Estado
Democrático de Direito.
Há um papel determinado para cada ente nesse
arranjo: o Legislativo cria as leis, o Executivo administra, e o Judiciário
julga.
Pois o senhor ministro da Justiça Flávio
Dino, integrante do Executivo, e "comunista, graças a Deus", nas suas
próprias palavras, parece não entender esse arranjo, apesar de ser um ex-juiz e
político de carreira.
Em entrevista, ontem, afirmou que a
"regulação das redes" acontecerá de qualquer forma, mesmo que o
Parlamento não aprove o projeto a respeito do tema.
Na verdade, trata-se de um projeto de CENSURA
das redes sociais.
Se o Congresso não agir, afirmou o ministro
do alto da sua arrogância e prepotência, o Judiciário fará a regulação e/ou o
Executivo.
É uma visão totalitária do Estado,
incompatível com a Democracia, mas alinhada ao comunismo "graças a
Deus", que não acredita em poder para o povo, mas coloca-o nas mãos de uma
elite "iluminada", a qual o ministro acredita fazer parte.
Seria apenas o arroubo de um velho comunista, não tivesse o Supremo iniciado julgamento de uma ação que pode gerar exatamente a "regulação" pretendida pelo ministro.
E não tivesse também o
Executivo usado o seu poder para censurar até mesmo vozes contrárias ao
projeto.
Ou seja, ao contrário da propaganda
apresentada durante o processo eleitoral, não foi alçado ao poder o candidato
"da democracia", mas sim o autoritário.
Já o candidato que efetivamente operou a
favor das liberdades individuais e da Democracia foi retirado do cargo, sendo
hoje perseguido, como ocorre em todas as ditaduras.
Um processo autoritário para acabar com as
nossas liberdades básicas, como a de expressão.
Nada poderia ser mais comunista.
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