DEPRESSÃO


A depressão é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. A causa exata permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos.

Eventos desencadeantes são muito estudados e, de fato, encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo. Contudo, tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção da depressão. Na prática, a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão, todas as pessoas a eles submetidos estariam deprimidas, e não é isto o que se observa. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética, como em toda medicina, é muito estudada.

Segundo especialistas, depressão é a vivência da dor profunda, da angústia, da sensação de falta, da pressão de uma culpa não sei do quê, da vontade de desistir de tudo, inclusive da vida... e por aí continua mais uma série de sintomas que nos fazem compreender que a pessoa está com depressão.

É como se fosse um ser que entra em sua casa pela porta dos fundos, sem ser convidado – na verdade é um intruso – e que lhe causa bastante incômodo e grande transtorno. Este ser – a depressão – vai se instalando aos poucos, gradativamente. Sem que seja percebida claramente, torna-se uma figura predominante e forte a ponto de mandar na rotina da casa, ou seja, determina a forma como a pessoa acometida por este mal vê a vida e, consequentemente, o seu comportamento.

Ela não permite que a pessoa perceba seu real valor e importância, levando-a, cada vez mais, a excluir-se da própria vida e das relações interpessoais. Sente-se um peso morto. O amor é o grande antídoto e o grande solvente deste mal da alma. Esta é a resposta embutida dentro da questão da depressão.

Olhando pelo ângulo psicológico, a depressão é o sintoma da falta de amor. Todos os outros sentimentos e sensações são decorrentes desta sensação de absoluta falta de amor na própria vida. É preciso recuperar o sentido da própria existência. Todos temos uma importância do porque existir. Todos nós ocupamos um lugar no mundo e na vida das outras pessoas.

Portanto, o primeiro passo para sair da depressão ou de qualquer situação insatisfatória que se vive é QUERER. Querer de coração, querer com todo o seu ser, querer com todo o amor que está lá bem no fundo do seu ser. Apostar que é possível, mesmo que você se sinta neste momento dentro de um túnel escuro, numa curva em que não esteja vendo a saída e nem tenha certeza de que está indo na direção correta; não faz mal, o que importa é alimentar seu querer com a fé e a certeza de que existe uma saída, porque depressão tem cura.

A coisa mais importante que alguém pode fazer por uma pessoa deprimida é ajudá-la a se submeter a um diagnóstico e a um tratamento adequado; oferecer-lhe apoio emocional, o que envolve compreensão, paciência e encorajamento; procurar conversar com a pessoa que está sofrendo de depressão e escutá-la com atenção; não menosprezar os sentimentos expressos, porém, chamar atenção para a realidade e oferecer-lhe esperança. Referências de suicídio são importantes, por isto devem sempre ser relatadas para o profissional.

Incentivar e fazer companhia para caminhadas, passeios, esportes, atividades que anteriormente lhe proporcionavam prazer, como passatempos, atividades culturais ou religiosas. A pessoa que está depressiva necessita de incentivo, porém cobrar demais dela pode piorar-lhe a sensação de fracasso.

Não a acusar de se fingir de doente ou de ser preguiçosa, e nem esperar que ocorra uma mudança de uma hora para outra. Com o tempo e tratamento adequado, a maioria das pessoas tende a melhorar substancialmente. Tenha isto em mente e procure reafirmar que, com o tempo e ajuda profissional, ela se sentirá melhor.

Concluindo, se você conhece alguém com as características acima relatadas, não o menospreze e tampouco faça um julgamento errado, interpretando seus sintomas apenas como um "chamar a atenção"; antes, seja solidário, cooperando com a sua cura.

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