BIN LADEN►Cartas pedem assassinato de Obama; veja outras revelações

 Esconderijo de Bin Laden no PaquistãoOsama Bin Laden
Atualizado em  3 de maio, 2012 
Os 17 documentos do extremista Osama Bin Laden, divulgados nesta quinta-feira pelos Estados Unidos, revelam preocupações e algumas estratégias do líder da rede Al-Qaeda. Os papeis são uma pequena fração dos 6.000 arquivos que teriam sido retirados há um ano do esconderijo no qual foi morto, no Paquistão.
É impossível saber em que medida eles representam a totalidade do material encontrado. Ainda assim trazem uma série de preocupações pontuais da cúpula da rede extremista Al-Qaeda.
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Os papeis revelam detalhes interessantes do pensamento da organização, como sua estratégia de mídia, relações com grupos afiliados, alvos de atentados, preocupações de segurança e até opiniões sobre grandes acontecimentos, como a Primavera Árabe.
Veja algumas das principais revelações.
Mídia
Um memorando - que teria sido escrito pelo porta-voz americano da Al-Qaeda, Adam Gadahn - ressalta os "benefícios" que Bin Laden teria ao divulgar um novo vídeo à mídia.
Pontos positivos e negativos são discutidos, assim como quais emissoras de TV americanas seriam os melhores canais (elas são descritas como tendo todas o mesmo nível de profissionalismo, exceto pela Fox News).

A qualidade dos vídeos nos quais Bin Laden faz suas aparições também é discutida. A baixa resolução de vídeos anteriores, segundo a organização, deu origem a teorias da conspiração segundo as quais Bin Laden já estaria morto há muitos anos.
Aliados
A relação problemática entre a liderança da Al-Qaeda no Paquistão e seus aliados em outros países também é abordada nos documentos.
Esses grupos se aliaram à organização de Bin Laden, mas muitas vezes adotaram ações que desagradaram a cúpula da Al-Qaeda. O caso mais claro é o do braço iraquiano da rede, que se autodenominou Estado Islâmico e chegou até a atacar muçulmanos.
Adam Gadhan diz em certo ponto que Bin Laden deveria se distanciar do grupo Estado Islâmico.

O extremista Osama Bin Laden, mortou em 2011, divergia de aliados da rede Al Qaeda
Também constam no documento advertências à Al-Qaeda na península Arábica.

A cúpula da organização desaprovou a ação de um grupo que declarou um Estado islâmico próprio no Iêmen e criticou ataques de um grupo paquistanês que também matou muçulmanos.
Alvos
Um dos documentos, que aparenta ter sido produzido pelo próprio Bin Laden em maio de 2010, cria estratégias para a rede.

Entre as propostas está o planejamento de atentados contra altos funcionários do governo dos EUA que seriam praticados durante as visitas destes ao Paquistão ou ao Afeganistão.
Entre os alvos estavam o presidente Barack Obama ou o então chefe das Forças Armadas dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus.

Já o vice-presidente Joe Biden deveria ser poupado, segundo o raciocínio da rede, por não estar preparado para conduzir o país no caso da morte de Obama, o que levaria os EUA a uma profunda crise.
Segundo o documento, a morte de Petraeus seria capaz de alterar o curso da guerra.
América
A intenção de atacar os EUA fica clara em cartas apreendidas no local. Uma delas, também supostamente escrita por Bin Laden, orienta comandantes da rede na península Arábica e no Iêmen a priorizar ataques contra os EUA em detrimento do combate a inimigos locais.

Bin Laden temia que combatendo inimigos em suas regiões, os aliados da Al-Qaeda pudessem matar muçulmanos.
Segurança
Os problemas de segurança enfrentados por membros da Al-Qaeda na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão foram descritos por Bin Laden em um documento produzido em 2010.

A ação dos aviões não tripulados e de sistemas de vigilância fizeram a rede adotar medidas como evitar viagens de carro a certas regiões.
As providências foram tomadas devido à capacidade das aeronaves de patrulhar grandes áreas, reconhecer alvos e disparar mísseis de grandes altitudes sem ser ameaçadas pelas armas da rede.
Primavera Árabe
Alguns dos documentos mostram a Al-Qaeda tentando reagir às revoltas da Primavera Árabe. Os eventos no Egito e em outros países mostraram a irrelevância da organização em relação às grandes mudanças sociais.
Outro documento, aparentemente, é um rascunho de um pronunciamento que mais tarde, em março de 2011, foi divulgado pelo atual sucessor de Bin Laden, Ayman al-Zawahiri. O texto era sobre a Primavera Árabe.

O rascunho tem anotações que podem ter sido feitas pelo próprio Bin Laden sobre o que deveria ser dito no pronunciamento. Aparentemente a maioria das sugestões foi ignorada.

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