09/05/2012
às 20:05Por Laryssa Borges, na VEJA Online:
Acuado por parlamentares governistas, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, atribuiu nesta quarta-feira as críticas que o Ministério Público vem recebendo de integrantes da CPI do Cachoeira ao “medo do julgamento do mensalão” — o maior escândalo do governo Lula, que deve entrar em pauta este ano no Supremo Tribunal Federal (STF). Chefe do Ministério Público, Gurgel será o acusador contra os 38 réus suspeitos de receber propina em troca de apoio político no Congresso Nacional.
Entre integrantes da CPI do Cachoeira, o procurador-geral é pressionado a esclarecer as investigações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), e explicar por que demorou cerca de três anos para levar as suspeitas contra o senador Demóstenes Torres (sem partido -GO) ao Supremo. Ao encaminhar suas manifestações à corte, Gurgel considerou haver indícios de que Demóstenes praticou os crimes de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
“Constatou-se que o senador Demóstenes Torres mantém estreitos vínculos com Carlos Cachoeira de natureza pessoal e também de natureza profissional. O conteúdo das conversas revela graves indícios de que o parlamentar valia-se do seu cargo para viabilizar interesses econômicos comuns de Carlos Cachoeira. Os vínculos (…) extrapolam em muito os limites éticos exigíveis na atuação parlamentar, adentrando a seara penal”, disse Gurgel em sua manifestação ao STF.
Denúncia
Nesta quarta, ao responder às críticas da CPI do Cachoeira, o PGR também saiu em defesa de sua estratégia de não denunciar, em um primeiro momento, o senador Demóstenes Torres. Para ele, uma denúncia prematura ao STF poderia não ter dado todos os detalhes do envolvimento do senador no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Nesta quarta, ao responder às críticas da CPI do Cachoeira, o PGR também saiu em defesa de sua estratégia de não denunciar, em um primeiro momento, o senador Demóstenes Torres. Para ele, uma denúncia prematura ao STF poderia não ter dado todos os detalhes do envolvimento do senador no esquema comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Mesmo com a pressão dos parlamentares da comissão de inquérito, Roberto Gurgel voltou a afirmar que não poderá prestar um eventual depoimento à CPI. O argumento é de que se tiver de explicar à CPI - e, portanto, fora dos autos - detalhes da investigação e a eventual participação de Demóstenes no esquema, por exemplo, seu papel como investigador poderá ficar prejudicado e ele estará impedido de futuramente oferecer denúncia sobre os desdobramentos das operações policiais.
De acordo com Gurgel, sob os mesmos argumentos já utilizados por ele, a subprocuradora-geral da República Cláudia Marques Sampaio também não deve comparecer à CPI para esclarecimentos. No primeiro depoimento da CPI, tomado do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Maques Souza, parlamentares atribuíram a ela a decisão de paralisar as investigações da operação Vegas, ainda que, para eles, houvesse indícios que pudessem comprometer agentes políticos.
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