Hoje, parlamenares podem vetar apenas decretos do Executivo e normas de agências reguladoras
07 de novembro de 2012
DENISE MADUEÑO - Agência Estado
O CONGRESSO NACIONAL NÃO DISPÕE DE CREDIBILIDADE OU RESPEITO PARA TAL, ESTÃO SIM LEGISLANDO EM CAUSA PRÓPRIA, O JUDICIARIO E A POPULAÇÃO NÃO PODEM SE OMITIR NESTE MOMENTO TÃO IMPORTANTE, POIS ESTÃO DESFIGURANDO A CARTA MAGNA, UM PRECEDENTE MUITO SERIO E ARRISCADO.
Deputados
aprovaram ontem uma proposta de mudança na Constituição para permitir que
parlamentares anulem atos e normas do Poder Judiciário.
O projeto é
uma resposta à insatisfação sempre presente no Congresso de que o Judiciário
usurparia poderes do Legislativo para ditar normas e regulamentações.
Os
parlamentares reclamam, principalmente, das regras impostas pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), que acabam alterando resultados eleitorais.
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O projeto,
de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), foi aprovado pela Comissão de
Constituição e Justiça e será ainda analisado por comissão especial antes de
ser votada no plenário em dois turnos.
Com a
proposta, passam a fazer parte do controle do Congresso, além dos decretos
regulamentares do Poder Executivo e das instruções normativas de suas agências,
as resoluções e as instruções da Justiça Eleitoral, do Conselho Nacional de
Justiça, do Conselho Nacional do Ministério Público, do Tribunal de Contas da
União, e dos demais órgãos com atribuições normativas.
Atualmente, o
Congresso pode sustar decretos do Poder Executivo e normas das agências
reguladoras.
Mendonça
Filho argumentou que atualmente existem mecanismos contra a atuação indevida do
Legislativo, como o controle de constitucionalidade exercido pelo Judiciário e
o veto presidencial aos projetos aprovados pelos parlamentares.
"A
intenção da proposta é possibilitar a efetivação do princípio dos freios e
contrapesos.
Assim, não
se está defendendo a prevalência de um Poder, mas assegurar que haja uma
vigilância recíproca de um poder em relação ao outro", argumentou.
O relator
do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), defendeu a aprovação.
Ele
ressaltou que não se trata de sustar decisões judiciais, mas apenas atos
normativos. "Obviamente, atos normativos não se confundem com acórdãos,
por mais que estes tragam inovações à ordem jurídica", disse.
Ele negou
que o projeto seja uma retaliação ao Judiciário. "Em que pese haver
legítimas e frontais discordâncias do conteúdo de muitas decisões judiciais,
não é adequado caracterizar o projeto como um `troco'' do parlamento",
disse.
"Se os
decretos regulamentares editados pelo chefe do Poder Executivo - que se submete
ao crivo popular - sujeitam-se ao controle do Poder Legislativo, por qual razão
plausível não se sujeitariam os atos normativos do Poder Judiciário?",
questionou o relator, ao defender a aprovação do projeto.
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