Democrata venceu o rival republicano Mitt Romney e superou as dúvidas profundas sobre a gestão da economia dos EUA 07 de novembro de 2012
Reuters
WASHINGTON - Revigorado pela vitória na eleição, o presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, prometeu trabalhar para todos em um país rachado
politicamente e buscar acordos para superar desafios persistentes que
prejudicaram seu primeiro mandato. Obama obteve uma clara vitória sobre o rival
republicano Mitt Romney, superando as dúvidas profundas sobre a gestão da
economia dos EUA.
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Os
norte-americanos escolheram permanecer com um governo dividido em Washington,
mantendo o democrata na Casa Branca e deixando o Congresso como estava, com os
democratas controlando o Senado e os republicanos, a Câmara dos Deputados.
Após uma campanha desgastante, agressiva e
cara, Obama, de 51 anos, adotou um tom conciliador em seu discurso da vitória
na madrugada desta quarta-feira, 7, diante de milhares de apoiadores em
Chicago. "Vocês votaram por ação, não por política", disse Obama, que
prometeu trabalhar com líderes dos dois partidos para reduzir o déficit, pela
reforma do código tributário e da legislação de imigração, e para reduzir a
dependência da importação de petróleo.
Obama, que se tornou o primeiro presidente
negro dos Estados Unidos quando eleito pela primeira vez em 2008, disse à
multidão que deseja reunir-se com Romney nas próximas semanas e estudar formas
de superar os desafios do país.
Os problemas
que afetaram Obama no primeiro mandato, pondo em cheque as promessas de
campanha em 2008 de mudança e esperança, ainda persistem. Ele precisa lidar com
um déficit anual de US$ 1 trilhão, reduzir a dívida nacional de US$ 16
trilhões, revisar gastos significativos em programas sociais e lidar com um
Congresso dividido.
A primeira questão a resolver com o Congresso
será o chamado "abismo fiscal", uma série de aumentos de impostos e
cortes de gastos que devem tirar cerca de US$ 600 bilhões da economia se não
houver acordo com o Congresso. Romney, um multimilionário ex-executivo de
empresas de investimento, superou uma série de tropeços ao longo da campanha ao
derrotar o presidente no primeiro dos três debates presidenciais.
A votação popular permaneceu extremamente
apertada, com Obama recebendo 50% dos votos contra 49% de Romney,
nacionalmente, após uma campanha em que os candidatos e seus aliados gastaram
juntos US$ 2 bilhões. Mas no sistema de Colégio Eleitoral em que a escolha
presidencial é feita Estado a Estado, Obama conseguiu uma vitória confortável.
Nesta quarta de manhã, Obama tinha 303 votos no
Colégio Eleitoral, bem acima dos 270 necessários para vencer, ante 206 de
Romney. A disputa na Flórida permanece tão acirrada que ainda não é possível
conhecer o vencedor no Estado e que ganhará mais 29 votos no Colégio
Eleitoral.
Romney,
ex-governador de Massachusetts, de 65 anos, reconheceu a derrota em um discurso
polido a seus frustrados eleitores em um centro de convenção no centro de
Boston. "Este é um momento de grandes desafios para a América, e eu rezo
para que o presidente tenha sucesso ao guiar nossa nação", disse Romney
após telefonar
para Obama para parabenizá-lo pela
vitória.
Congresso
dividido
Ao manter o controle do Senado, que tem 100
cadeiras, os democratas tomaram vagas que eram dos republicanos nos Estados de
Massachusetts e Indiana, além de terem mantido as que já tinham, incluindo na
Virgínia e no Missouri.
A maioria republicana entre os 435 membros da
Câmara dos Deputados significa que o Congresso ainda está partido, diante de
questões como o abismo fiscal e outras fundamentais para a economia
norte-americana.
"Isso significa a mesma dinâmica.
Significa as mesmas pessoas que não conseguiram fechar acordos nos últimos três
anos", disse Ethan Siegel, analista político em Washington. Os índices
futuros das bolsas dos EUA caíram, o dólar recuou e os títulos do Tesouro
subiram após a vitória de Obama, com os investidores cientes de que não haverá
mudanças dramáticas nas políticas econômicas dos EUA.
Líderes
mundiais parabenizaram o presidente pela reeleição, incluindo o
primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que teve algumas divergências
com Obama ao longo do primeiro mandato. O premiê britânico, David Cameron,
disse que os EUA e a Grã-Bretanham têm que trabalhar juntos para encontrar uma
solução para a crise na Síria.
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