A cara de pau sem limite de Lula

  

Lula, em discurso durante cerimônia em comemoração aos 30 anos da CUT -- cara de pau ao dizer que não acompanha a política (Foto: Fernando Donasci)

27/02/2013

 às 17:45 \ Política & Cia

A cara de pau sem limite de Lula leva-o ao absurdo: ele jura que “não acompanha mais a política” brasileira. Quem acompanha, então? O papa Bento XVI?

Deus do céu, até onde vão a cara de pau e o cinismo de Lula?

Não bastou ao ex-presidente querer, recentemente, dar lições de combate à corrupção — justo ele, que tinha o chefe da quadrilha do mensalão, condenado pelo mais alto tribunal do país, encastelado na própria casa civil de sua Presidência.

No triste episódio, como se sabe, Lula falou diante de um plateia constrangedora para quem fosse portador de um mínimo pudor político: ali havia, entre outros menos votados, mensaleiros com o carimbo de criminosos aposto pelo STF e à espera do dia em que irão ver o sol nascer quadrado, e vários ex-ministros defenestrados pela presidente Dilma por suspeita de bandalheiras em sua gestão.

Com Lula, porém, não há limites para a insânia. Ontem, um tanto irritado com o jornalista a cuja pergunta respondia, jurou:

– Eu, depois que deixei a Presidência, deixei de acompanhar a política.

Deixou de acompanhar a política?

Então, quem é o avatar que, volta e meia, convoca a presidente Dilma para reuniões e lhe dá longas, precisas e detalhadas instruções?

Quem é que inaugurou, como já dizem críticos de oposição, a “copresidência” “neztepaiz”?

Quem é que, recuperado do câncer de laringe, voltou a fazer uma média de um discurso por dia?

Quem é que, mais do que qualquer dirigente do PT, briga com a oposição e ataca seu principal ícone, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — num caso, como bem lembrou FHC, que só psicanálise explica?

Quem é que, em suas viagens internacionais, se intromete na política externa do governo e é recebido por governos “amigos”, com honras de Chefe de Estado?

Como sabe qualquer cidadão que não resida em marte, o PT não toma uma unica e escassa decisão política importante, uminha só, sem passar pelo crivo do “Deus” de Marta Suplicy e do lulalato.

Ao dizer o que disse ontem, Lula, que não para de atentar  contra a paciência dos muitos que não o suportam, faz também pouco caso da inteligência desses brasileiros.

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