O diretor-superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, afirmou que os planos emergenciais para o sistema Anchieta-Imigrantes "são insuficientes e até não apropriados".
A empresa, que cobra R$21,20 de pedágio para quem utiliza as estradas que ligam São Paulo a Baixada Santista, conta com a conivência do governador tucano Geraldo Alckmin e da "grande mídia", que se cala frente ao problema. Leia a seguir texto de Silvio Pinheiro recebido por e-mail.
Cobrando, com a conivência de seu sócio, o governo do Estado de São Paulo, as tarifas de pedágio mais escorchantes do País, a Ecovias admite que não tem um plano emergencial no mínimo decente para fazer frente aos desastres que acontecem no sistema Anchieta–Imigrantes. Observe a matéria abaixo.
Plano emergencial da Imigrantes é insuficiente, diz Ecovias
Rogério Pagnan
O travamento do sistema Anchieta-Imigrantes após a forte chuva de sexta-feira, dia 22, mostrou que o plano emergencial da concessionária Ecovias é insuficiente. Quem diz é o diretor-superintendente da empresa, José Carlos Cassaniga. O sistema é a principal ligação entre a capital paulista e a Baixada Santista e recebe por dia entre 80 mil e 110 mil veículos.
No final de semana, a subida para São Paulo da Imigrantes ficou fechada por 31 horas após um deslizamento. Segundo Cassaniga, quando o fluxo em algum trecho trava são acionados "planos alternativos de fluidez". O objetivo é garantir a circulação dos usuários e a movimentação das equipes de socorro. Esses planos possuem medidas como a inversão do sentido das pistas e a utilização de estradas de serviço do Parque Estadual da Serra do Mar.
Porém, após a chuva de sexta-feira, dia 22, motoristas disseram ter esperado mais de dez horas para receber socorro. Ilhadas, muitas pessoas dormiram nos veículos. Outras abandonaram seus carros e caminharam pela rodovia.
"Vimos que, numa situação como essa [travamento total], nossos planos são insuficientes e até não apropriados", afirma Cassaniga. Segundo ele, a Ecovias vai desenvolver novas medidas para atender os usuários.
Uma hora é a neblina, que essa companhia enfrenta enfurecendo os usuários com a infame Operação Comboio, em vez de coçar os bolsos e gastar um pouco do que saqueia da população num sistema moderno de sinalização.
Depois vêm os acidentes comuns na serra, colisões que bloqueiam por bastante tempo a rodovia em razão da demora do aparecimento de um simples guincho da concessionária para liberar as pistas.
Alguém lembra, também, do recente engavetamento causado pela neblina e que teve como única providência a redução da velocidade e a instalação de um radar no alto da serra?
Agora veio a enxurrada do último fim de semana, que matou uma pessoa, danificou ou destruiu vários veículos e, pior, travou a ligação entre São Paulo e Santos por tempo suficiente para que essa companhia sofresse uma punição exemplar que, sabemos, seu sócio conivente não aplicará.
O que virá pela frente é a luta que a filha de 6 anos da motorista que perdeu a vida e os que sofreram prejuízos nessa tragédia travarão contra esses dois sócios para serem indenizados, numa Justiça que, no Estado mais rico da federação, levará décadas para dar um basta em tanta safadeza.
E, pior, não cobrará regressivamente os prejuízos de quem a eles deu causa.
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