Esse foi o veredito dado por Stéphane Garelli, diretor do centro de competitividade mundial do instituto suíço IMD, que publica anualmente o relatório World Competitiveness Yearbook (Livro Anual da Competitividade Mundial).
De 2012 para 2013, o Brasil caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações. Entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking.
O relatório analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade.
"A competitividade de uma economia não pode ser reduzida apenas a PIB e produtividade; cada país ou empresa também tem que lidar com dimensões políticas, sociais e culturais", diz o documento. "Cada nação tem que criar um ambiente que tenha a estrutura, as instituições e as políticas mais eficientes para encorajar a competitividade dos negócios".
O ranking avaliou o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerado o menos competitivo dos países pesquisados.
O Brasil foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking global de competitividade, incluindo países desenvolvidos e emergentes, começou a ser compilado pelo instituto, em 1997 - aquele ano, o país ocupava a 34º colocação entre 46 países.
"O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do globo", afirmou Stéphane Garelli.
Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral (FDC) e coordenador no Brasil dos estudos do World Competitiveness Yearbook do IMD, concorda.
"Entre essas ações, estão o investimento em infraestrutura e em educação. Essas são algumas áreas que claramente não estão acompanhando o grau de sofisticação da nossa economia, puxando o nosso crescimento para baixo", disse.
Os dados divulgados pelo IBGE nesta semana, apontando um modesto crescimento de 0,3% no PIB, por exemplo, escondem uma queda de 1,4% na produção industrial brasileira.
"No final, as regras de ouro da competitividade são simples: produzir, diversificar, exportar, investir em infraestrutura, dar apoio a pequenas e médias empresas, incrementar disciplina fiscal e manter coesão social", diz Garelli.
O pesquisador também lembrou que medidas de austeridade fiscal em geral reduzem a competitividade dos países que as implantaram para conter gastos.
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