Investigados por desvio, dirigentes da Fundação BB pedem aposentadoria
Jorge Streit, presidente da Fundação Banco do Brasil (Foto: Divulgação)
ÉPOCA publicou reportagem na semana passada sobre investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal sobre fraudes na fundação
O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit, e o diretor executivo da entidade, Éder Marcelo de Melo, ambos sindicalistas ligados ao PT, decidiram entrar com pedido de aposentadoria do Banco do Brasil.
O comunicado das aposentadorias foi feito ao conselho curador da Fundação Banco do Brasil na tarde desta terça-feira (10) e confirmado por Streit a ÉPOCA. Com isso, os dois se afastam do comando da fundação.
A decisão de ambos de se desligar da fundação surgiu após ÉPOCA revelar detalhes da investigação feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal sobre desvios de recursos da fundação, que tem orçamento anual de R$ 200 milhões para financiar projetos sociais.
De acordo com a investigação – que começou no final do ano passado com o depoimento da ex-funcionária Maria Suely Fernandes ao MP e à Polícia –, recursos da fundação eram sistematicamente direcionados para ONGs e prefeituras ligadas ao PT. (Após prestar o depoimento, Suely foi ameaçada e teve que mudar de Estado, conforme revelou ÉPOCA nesta semana.) Tanto Streit quanto Éder Marcelo de Melo foram monitorados pela polícia, com autorização da Justiça.
Num telefonema interceptado pela polícia em 18 de março, Streit e o antecessor dele no cargo, o petista Jacques Pena, conversam abertamente sobre um convênio em que “houve desvios de recursos para tapar buracos”.
No dia 29 de agosto, após meses de investigação, a Polícia Civil e o MP deflagraram a operação “Overnight”. Agentes da polícia foram autorizados pela Justiça a apreender computadores e documentos na sede da empresa, em Brasília, e numa ONG ligada ao irmão de Jacques Pena.
Na ocasião, os agentes não encontraram o computador de Streit, mas obtiveram cópia das informações armazenadas no computador central da fundação. O Banco do Brasil concluirá, nas próximas semanas, uma auditoria sobre irregularidades na gestão de Streit à frente da fundação.
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