Receita prevista para aplicação já neste ano é de R$ 770 milhões.
Sanção do projeto de lei no Planalto: 75% dos recursos vão para a educação e 25% para a saúde.
A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou nesta segunda-feira (9), sem vetos, o projeto de lei 323/07, que destina os royalties do petróleo para a educação e a saúde. A sanção ocorreu no Palácio do Planalto.
O texto aprovado pela Câmara, em agosto, privilegiou o substitutivo do relator, deputado André Figueiredo (PDT-CE), que direciona 75% dos royalties do petróleo para educação e 25% para a saúde. Já neste ano, a receita prevista é de R$ 770 milhões. A divisão dos recursos entre as duas áreas foi proposta por emenda do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).
No caso da exploração da camada pré-sal, os recursos para as duas áreas vão sair de metade do fundo social criado para ser uma espécie de "poupança" oriunda dos royalties e das participações especiais.
Vitória da Câmara
André Figueiredo comemorou o "diálogo" com o governo, que permitiu a sanção da nova lei, sem vetos. "Esta é uma vitória da Câmara dos Deputados, que apoiou integralmente o nosso relatório. Uma vitória do povo brasileiro porque conseguimos fazer com que a presidente Dilma pudesse avaliar que o projeto, na forma do nosso relatório, era o que melhor representava, inclusive, os posicionamentos do governo federal, para que possamos ter recursos já a partir de 2014. E que, a partir de 2019, possamos ver esses recursos alavancados para que tenhamos aproximadamente R$ 230 bilhões sendo investidos ao longo de 10 anos."
Aperfeiçoamento
A presidente Dilma Rousseff elogiou deputados e senadores por terem aperfeiçoado e, ao mesmo tempo, preservado o "espírito" da proposta (PL 5500/13) que o Executivo chegou a enviar ao Congresso sobre o tema, privilegiando apenas a educação.
"Ao Congresso, portanto, devemos reconhecimento pela sensibilidade social e pela visão estratégica que ele demonstrou ao incluir a destinação de parcela dos recursos também para o investimento na saúde", afirmou a presidente.
O governo comemorou o fato de essa ser a primeira nova fonte de recursos para o Sistema Único de Saúde desde 2007, quando o SUS perdeu a receita da extinta Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Setores prioritários na educação
Quanto à educação, Dilma citou setores prioritários que devem atrair os novos investimentos públicos, entre eles, os professores, que serão "mais bem pagos, com acesso à qualificação profissional". Segundo ela, "essa lei nos ajudará a ampliar o acesso a creches e à educação infantil; graças a esses recursos, nós vamos dar um salto na implementação do ensino em tempo integral".
Segundo Dilma, os recursos também serão investidos na requalificação do ensino médio e profissionalizante; na interiorização das universidades e das escolas e institutos técnicos; e no aperfeiçoamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Dilma e os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, celebraram o evento como "dia histórico" e "maior legado do governo Dilma para um salto na educação". Também pediram apoio à MP do Programa Mais Médicos (621/13) e cobraram que 50% das emendas impositivas de parlamentares ao Orçamento da União estejam ligadas à saúde.
Espionagem na Petrobras
Coube à presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, a referência à espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras, denunciada pela imprensa. A UNE exigiu uma "resposta altiva" do governo brasileiro para garantir que a riqueza estratégica do petróleo não alimente apenas os interesses econômicos.
"Ao destinar os recursos dessa grande riqueza, que é o petróleo, para educação, possibilitamos que este novo ciclo econômico que se abre não repita os erros do passado, no qual o nosso açúcar, café, minério e borracha serviram para o enriquecimento de empresas e países alheios à realidade nacional", disse Virgínia.
Estudantes participaram da cerimônia com gritos de "o pré-sal é nosso". Deste ano até 2022, o governo calcula que serão repassados R$ 112 bilhões para saúde e educação, a partir da nova lei.
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