ÁUDIO HISTÓRICO E MUITO RARO: Deposto pelo golpe de 31 de março, Miguel Arraes diz, pelo rádio, que não renuncia ao governo de Pernambuco. Depois, vai preso por militares
No dia 1º de abril de 1964, uma quarta-feira, do lado de fora do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, no Recife, havia bloqueio de veículos militares e canhões apontados para o prédio. Oficiais do então IV Exército, dentro do palácio, exigiam que o governador Miguel Arraes – considerado “subversivo” pelos militares que haviam deflagrado, na época, o golpe de Estado que derrubaria o presidente João Goulart — renunciasse ao cargo.
Arraes, eleito por expressiva maioria nas eleições de 1962, e governador do Estado havia pouco mais de um ano, recusou-se, para “não trair a vontade” dos que o haviam eleito. Foi preso e levado para uma unidade militar. Depois, transferiram-no para a Fortaleza de Santa Cruz, no Rio, até seu exílio interno na ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceria 11 meses, até ser libertado por um habeas-corpus impetrado em seu favor no Supremo Tribunal Federal e pedir asilo político ao governo da Argélia, onde viveria até a anistia de 1979.
Morto em 2005 aos 88 anos, depois de governar Pernambuco por mais duas vezes, seu neto Eduardo Campos é hoje candidato a presidente da República.
Clicando abaixo, você ouvirá um áudio raríssimo — o discurso em que Arraes havia conseguido anunciar, pelo rádio, que não aceitaria o ato de força dos militares e não renunciaria.
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