Post do Leitor: “Lendo o que os investidores estão escrevendo sobre o Brasil lá fora, a gente fica roxo de vergonha”
Post do leitor e amigo do blog Moacir 1
Neste país continental e de tantas e tão profundas diferenças, concordam gregos, troianos, petistas e oposicionistas numa questão: o Brasil precisa de investimentos!
Os road-shows do nosso Mantega Adivinho, o megaotimista – e com direito a escala lusitana! -, o discurso da Dona Dilma em Davos, a ida de Lula em fevereiro à Big Apple e as tentativas mais recentes do Temer de convencer os investidores estrangeiros de que a economia de Banãnia vai muito bem, obrigado, evidenciam tal necessidade.
O problema é que nossos desgovernantes, mesmo desesperados para fazer o país caminhar, mesmo precisando que a presidenta diga na campanha “o que é que vai fazer na economia”, ao fazer tudo que não deveriam parecem delirar por seus malfeitos não estarem sendo vistos, lidos e compreendidos por aqueles que detém o tão vital capital no planeta azulzinho. Petistas, estou quase convencido, são suicidas a longo prazo.
Petistas fazem uma espécie de leitura seletiva: só leem determinados blogueiros e publicações, e por aí vai. E só acreditam nos aplausos das Bolsas Brasil e dos militontos que já passaram pela lavagem cerebral.
Investidor, porém, prefere leitura mais diversificada e especializada. “Be aware the man of one book!” (Cuidado com o homem de um só livro). Grande Aquino.
E lendo o que os investidores estão escrevendo sobre o coitado do “Brazil”, ultimamente, a gente fica roxo de vergonha de ser brasileiro. Aliás, este é um dado científico. Em recente pesquisa, o assombroso percentual de 75% de brasileiros verbalizaram vergonha de sê-lo. Pudera!
No dia 27 de março, The Economist já tinha explicado ao mundo alienado sobre a presença petista nas páginas policiais tupiniquins. Lava-jato, you know! Apresentaram ao mundo o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, e o ex-diretor da Petrossauro, Paulo Roberto Costa Preso da Silva, apesar de ser afilhado de Renan Calheiros, o poderosíssimo presidente do Senado Brasileiro, cuja filha bastarda era sustentada por aquela empreiteira.
Graças a Deus os britânicos ainda não sabiam do doleiro, do Labogem e da fracassada tentativa de vender o princípio ativo do Viagra para o Ministério da Saúde escravo do candidato petista ao governo de São Paulo, Mr. Padilha.
A mensagem de The Economist foi clara: Hello Earth! A fama da gerentona já era! She has blown it, folks!
Ontem, foi a vez do The New York Times – aquele para quem o Lula é articulista desde que foi alfabetizado em ingrêis. A reportagem capitalista golpista começa lembrando ao vasto mundo que, em 2006, todo lambuzado de petróleo e com as mãos sujas do ouro negro, o então presidente prometeu-nos uma Petrobras maior até mesmo que a Apple, além da nossa independência energética. Viva o pré-sal!
Em vez disso – diz o jornal, e não a oposição – a produção estagnou, a Petrossauro encontra-se mergulhada em investigações de corrupção, a incompetência gerencial tornou-se dona da maior dívida empresarial do mundo e totalmente dependente de fundos de investimento estrangeiros para financiar seus ambiciosos planos de investimento: onde quer queira, quer não queira, tem que comparecer com 30%, mesmo para perder dinheiro.
A reportagem nos mostra fotos de uma Dilma vociferante, discursando na refinaria de Abreu e Lima: ”eles querem acabar com a Petrobras”, e esquecendo, no entanto, de explicar por que Abreu e Lima, cujo custo estimado por petistas foi de R$ 2,5 bilhões, já nos custou R$ 18,5 bilhões.
Também esqueceu a mandatária de mencionar que a polícia prendeu recentemente um dos mais poderosos ex-executivos da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que liderou as operações de refino até 2012. Investigadores dizem que ele estava envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro alastrado pela Petrobras do Oiapoque ao Chuí, e que pode ter recebido subornos relacionados com uma miríade de contratos.
Além do Land, mas tal carrinho já é uma praxe petista! Pois é. A saliva e os perdigotos presidenciais nada podem contra números.
“Essa empresa de energia, que já serviu de modelo para outros países em desenvolvimento, agora é o exemplo do que — exatamente — não se deve fazer.”
O The New York Times, depois de passar pelas declarações da Maria das Graças aos senadores (“Pasadena foi mau negócio e o relatório foi falho”), assegura que até agora “os detentores de bônus estrangeiros, que financiam um recorde de 43 por cento do programa de investimentos gigante da Petrobras foram notavelmente pacientes”.
Ainda alerta o jornalzinho desimportante que, se os problemas da Petrobras continuarem a crescer, a empresa encontrará resistência nos mercados internacionais. “O problema com o Brasil é que os dias de 4 por cento de crescimento já se foram.”
Diz ainda o maior jornal americano:
- que despencou o valor da Petrobras pelo PT, aparelhada por afilhados políticos corruptos e sindicalistas,cujos esforços conjuntos fizeram o valor de mercado da empresa encolher de US$ 300 bilhões para os atuais US $ 76;
- que, num esforço para segurar a inflação que insiste em subir num ano eleitoral, o governo da presidente Dilma Rousseff impediu a Petrobras de elevar os preços dos combustíveis para atender ao custo de importação de gasolina refinada e diesel — o resultado é que as perdas da Petrobras em suas operações de refino, transporte e comercialização chegaram a US $ 8 bilhões em 2013;
- que, ao mesmo tempo, o consumo de combustível doméstico aumentou desde que as autoridades brasileiras ofereceram incentivos para os fabricantes de automóveis aumentarem a produção; que a crise na indústria de etanol, que já foi um orgulho para o Brasil, deve-se ao fato de os produtores não conseguirem competir em preço com a gasolina subsidiada da Petrobras;
- que a Petrobras é sobrecarregada por políticas voltadas para a afirmação de um maior controle estatal sobre a indústria do petróleo, como medidas que obrigam a empresa a comprar equipamentos no mercado interno, sustentando indústrias ineficientes no Brasil, como a construção naval;
- que, enfrentando pressões orçamentais, as autoridades também têm displicentemente parado de fortalecer o fundo soberano do Brasil. Criado em 2008, logo após a Petrobras ter anunciado suas principais descobertas de pré-sal, o fundo era visto como um pilar de esforços para atingir uma maior estabilidade financeira no Brasil, a exemplo do que fizeram exportadoras de commodities como a Noruega, o Chile e o Canadá;
- que, numa tentativa de cumprir a meta do orçamento para o ano fiscal de 2012, as autoridades retiraram cerca de 80 por cento do dinheiro do fundo soberano, deixando-o com apenas US $ 1,3 bilhão;
- que, em vez de reabastecer o fundo com recursos provenientes das exportações de petróleo, a Petrobras tornou-se mais dependente da importação de combustíveis e da participação em projetos caros, forçando a sua dívida para cima;
- que a Petrobras enfrenta denúncias de que seus funcionários receberam US $ 139 milhões em subornos da SBM Offshore, fornecedora holandesa de plataformas de petróleo;
- que a Petrobras está sendo investigada por alegações de superfaturamento bruto em um contrato de $ 825.000.000 com a Odebrecht;
- que, como a Petrobras, a maioria das empresas no Brasil não está tendo desempenhos consistentes no palco global, prejudicadas pelas altas taxas de juros, inflação e uma moeda cada vez menos competitiva;
- que o mercado está tão cansado dessa gestão intrometida que, quando Dilma cai nas pesquisas, a Bolsa sobe, e que a eterna promessa de futuras riquezas petrolíferas, essa velha história que contam os petistas vestidos de laranja, é obscurecida pela má gestão e pela interferência o governo do PT, num relato que “se assemelha desconfortavelmente à trajetória do próprio Brasil”;
- que a generosidade de investidores estrangeiros não é sem fundo e que, portanto, face à nova realidade das taxas de juros nos Estados Unidos, os principais credores da Petrobras — que incluem gigantes de fundos mútuos como Pimco, Fidelity e BlackRock — podem muito bem ver a sua exposição como muito arriscada e começar a descarregar suas obrigações;
- que um sell-off de papéis da Petrobras pode iniciar uma retração de mercados emergentes em geral;
- que “estamos apenas esperando a coisa explodir”, e por aí vai…
O jornal para quem Lula trabalha — se é que ainda não foi demitido por carência de sintaxe e por justa causa — afirma que o maior desafio da Petrobras é que ela não é apenas uma empresa de energia, mas está no centro de uma fome feroz. “O uso que faz o governo petista de sua riqueza para atingir seus objetivos políticos e econômicos”.
Chamaram-me especial atenção os dois últimos parágrafos do artigo que transcrevo entre aspas, finalizando:
“A Petrobras continua longe dos níveis de tensão política e relações opacas que agora caracterizam a PVDSA — Petróleos de Venezuela SA, o produtor de petróleo agudamente politizado de propriedade do governo da Venezuela, que já foi considerado um líder da indústria e um bastião do conhecimento técnico. Mas alguns afirmam que a Petrobras também está sendo conduzida por ambições políticas de Brasília.
As desgraças da Petrobras são o resultado de políticas governamentais bem definidas. E é aí que as coisas complicam, pois alterar tais políticas é um desafio de fato.”
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