Na tarde da
última quinta-feira, 14, a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos
(FCC, na sigla em inglês) decidiu derrubar a neutralidade da rede, princípio
que proibía operadoras de descriminar o acesso à internet dos usuários.
Logo depois, o
mercado da tecnologia começou a reagir.
Google, Netflix, Twitter, Airbnb e
outras empresas e organizações se posicionaram publicamente contra a decisão,
que pode, em tese, gerar consequências até para o Brasil.
Veja também:
A neutralidade da
rede garante que as provedoras não limitem o acesso do usuário à internet com
base no conteúdo que ele acessa.
Pagando pela banda larga, você pode acessar
YouTube, Netflix, Google, Facebook e qualquer outro site à vontade, todos os
serviços têm o mesmo peso.
Mas com o fim da
neutralidade da rede, operadoras podem passar a vender pacotes de internet por
conteúdo.
Por exemplo: um pacote só com Facebook e YouTube - quem quiser
Netflix, vai ter que pagar mais caro ou comprar outro pacote sem YouTube.
Naturalmente, as
empresas afetadas criticaram a FCC pela decisão.
Em comunicado compartilhado pelo
Engadget, o Google disse: "continuamos comprometidos com políticas de
neutralidade", e "vamos trabalhar com outros apoiadores para promover
proteções" à liberdade do usuário na internet.
O Twitter disse que
o corte da neutralidade da rede é "um duro golpe" contra a
"inovação e a livre expressão".
Um porta-voz do Airbnb afirmou que a
decisão da FCC é "errada e decepcionante".
A Fundação Fronteira
Eletrônica (EFF, na sigla em inglês), organização sem fins lucrativos que
defende a liberdade da web, disse que este foi "um dos maiores erros da
história da internet".
Já a Netflix usou o
Twitter para se posicionar.
"Estamos decepcionados com a decisão de cortar
a neutralidade da rede, que guiou uma era sem precedentes de inovação,
criatividade e engajamento cívico", comentou a empresa.
"Este é o
começo de uma longa batalha legal."
A "batalha
legal" à que a Netflix se refere já começou.
Após a decisão da FCC,
diversos membros do parlamento dos EUA anunciaram uma movimentação para repelir
a decisão e restaurar, na lei, o direito à proteção da neutralidade da
internet.
Mike Doyle,
representante do 14º distrito da Pensilvânia, disse que havia encaminhado ao
presidente da FCC, Ajit Pai, uma carta com a assinatura de 118 congressistas
que eram contra a queda da neutralidade da rede.
Agora, Doyle diz que vai
apresentar no congresso uma proposta de lei para repelir a decisão da FCC.
Outros
representantes, como Jerry McNerney e Betty McCollum, já anunciaram apoio à
proposta de Doyle.
Enquanto isso, no Senado, Bernie Sanders, Patrick Leahy e
outros parlamentares já se posicionaram a favor de uma intervenção no assunto
para restaurar a neutralidade da internet na legislação dos EUA.
Como lembra o Engadget,
o congresso dos EUA tem 60 dias úteis para reverter a decisão da FCC por uma
votação em que ganha a simples maioria.
Além dos 118 representantes que se
manifestaram contra a FCC na carta do congressista Doyle, outros 39 senadores
do Partido Democrata também enviaram uma carta própria a Ajit Pai condenando a
decisão.
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