O repórter Fabio Serapião teve
acesso com exclusividade ao conteúdo de duas novas delações que envolvem um dos
políticos mais influentes do Brasil.
Ele é o líder do governo
Bolsonaro no Senado.
E, nas últimas duas décadas,
teve papel de destaque nos governos de Lula, Dilma e Temer.
O senador Fernando Bezerra foi
delatado por dois notórios agiotas de Recife.
A delação fala na movimentação de milhões de reais
para o financiamento de campanhas.
Os delatores afirmam também que empreiteiras
participaram do esquema.
O fio começou a ser puxado com a queda do avião que
matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos, em 2014.
Confira
um trecho da reportagem que cita os agiotas, identificados como Lyra e
Ventola:
“Na
época da denúncia, Lyra e Ventola negaram atuar em operações para as
empreiteiras.
No entanto, diante de provas irrefutáveis, optaram por um acordo
de delação premiada no ano passado, em que confirmam ter atuado tanto para as
empresas como para os dois políticos. Nos depoimentos, mostram detalhes de como
eram levantados recursos financeiros para campanhas eleitorais.
Os fatos
narrados compreendem os anos de 2010 a 2014. Basicamente, são três situações
descritas por Lyra e Ventola: empréstimos pagos por empreiteiras, remessas para
o operador pessoal de Bezerra e retiradas de dinheiro em espécie em empresas de
São Paulo.”
A reportagem chega ao nível dos
detalhes.
E oferece uma descrição do esquema de financiamento de
campanhas envolvendo empreiteiras, segundo os delatores.
O trecho a seguir mostra como, segundo os delatores, o
atual líder do governo recorria aos operadores para levantar dinheiro para
campanha:
“Em
2014, quando foi candidato ao Senado, Bezerra voltou a bater na porta de Lyra e
Ventola meses antes do início da campanha. O pedido era por um empréstimo de
1,7 milhão de reais que seria honrado pela mesma OAS por meio de contratos
fictícios. A dupla arranjou o dinheiro. Aí se dá uma situação curiosa. Passadas
algumas semanas, a empreiteira não só deixou de pagar essa dívida, como
solicitou os serviços da dupla para que eles arrumassem recursos para bancar
outra despesa de campanha de Bezerra, no valor de 600 mil reais. Os agiotas
reclamaram, pois Bezerra estava contraindo mais uma dívida com eles sem pagar a
anterior. Entretanto, para não perder a clientela, resolveram fazer o serviço.
Os recursos foram entregues pela dupla ao publicitário André Gustavo
Vieira, dono da Arcos Propaganda, que também já foi preso na Lava Jato (ele
operava para o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine). Ocorre que
até hoje nem o 1,7 milhão nem os 600 mil foram pagos aos agiotas.”
A reportagem tem muito mais informações.
Você não lerá nada parecido em outro lugar.
A matéria também ajuda a
compreender por alguns congressistas se uniram para retirar o Conselho de
Controle de Atividade Financeira, o Coaf, da aba do ministro da Justiça, Sergio
Moro.
O relatório número 14.463 do próprio Coaf, órgão que
fiscaliza operações financeiras consideradas suspeitas, dá o caminho.
Leia o trecho a seguir:
“Muito
embora os informes produzidos pelo órgão já tenham resultado em dores de cabeça
para políticos de toda estirpe e coloração partidária, esse, em especial, deu
início a uma investigação que resultou no acordo de colaboração premiada de
dois operadores financeiros pernambucanos. Um dos citados é o atual líder do
governo Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, do MDB. Justamente o
relator da medida provisória cuja tramitação legislativa acabou por tirar o
Coaf de Moro.
Fonte Revista Crusoé,
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