Equipe médica transfere paciente, suspeito de ser portador do
coronavírus, do hospital de Daenam para outro estabelecimento, em Cheongdo
(Coreia do Sul) em 21 de fevereiro de 2020.
O novo coronavírus, considerado pela
China a “emergência de saúde mais grave” desde 1949, obrigou neste domingo a
Coreia do Sul a proclamar alerta máximo, a Itália a estabelecer quarentena em
várias cidades e alguns países a fechar as fronteias com o Irã, principais
focos do COVID-19.
Diante da multiplicação de casos no
Irã (43 no total) e de mortes (oito) no Irã, Turquia, Jordânia, Paquistão e
Afeganistão fecharam as fronteiras ou restringiram as viagens com destino ou
origem neste país.
O vírus, que surgiu em dezembro na
cidade chinesa de Wuhan, já matou 2.442 pessoas e infectou quase 77.000 na
China continental. Também foi registrado em mais de 20 países, nos quais deixou
24 mortos.
A epidemia do novo coronavírus é “a
maior emergência de saúde” na China desde a fundação do regime comunista
comunista em 1949, afirmou o presidente Xi Jinping neste domingo.
“É necessário aprender com
deficiências expostas” na resposta da China, completou Xi durante uma reunião
oficial para coordenar a luta contra o vírus, um reconhecimento incomum por um
líder chinês.
Diante do rápido aumento do número de
contágios, o presidente sul-coreano Moon Jae-in decidiu estabelecer o mais
elevado nível de alerta. A epidemia de COVID-19 está “em um momento decisivo.
Os próximos dias serão cruciais”, afirmou.
Com exceção do foco de infecção no
cruzeiro “Diamond Princess” no Japão, a Coreia do Sul é o país com o maior
número de pacientes, com 602 casos, incluindo quase 300 da seita cristã
Shincheonji. Seis mortes foram registradas no território sul-coreano.
Dezoito membros da seita
diagnosticados com o novo coronavírus retornaram de uma viagem de peregrinação
a Israel, onde foi registrado o primeiro caso. Quase 200 estudantes que tiveram
contato com turistas sul-coreanos foram colocados em quarentena.
Na Itália, o primeiro país da Europa
a estabelecer uma quarentena, quase 52.000 pessoas estão em zonas de
confinamento nas regiões da Lombardia e de Veneto.
– Carnaval de Veneza suspenso –
A primeira medida de confinamento no
mundo foi anunciada em 23 de janeiro para os 11 milhões de habitantes de Wuhan,
cidade na região central da China onde surgiu a epidemia.
O presidente de Veneto anunciou neste
domingo a suspensão do carnaval de Veneza, que prosseguiria até terça-feira,
assim como de todos os eventos esportivos na região.
A Itália tem 132 infectados, a nação
europeia com o maior número de casos, de acordo com a Proteção Civil. Duas
pessoas com mais de 70 anos morreram vítimas da doença no país nos últimos
dias.
Países vizinhos da Itália, como
França, Suíça e Áustria acompanham com atenção a situação. O ministro francês
da Saúde, Olivier Veran, considera muito prováveis novos casos em seu
território.
Como na Itália, o Irã, com oito
mortos – país com mais vítimas fatais fora da China – e 43 infectados, adotou
medidas drásticas para lutar contra a epidemia, incluindo o fechamento de
centros de ensino em 14 províncias.
As autoridades de Teerã anunciaram
que a capital, de 8 milhões de habitantes, será colocada em quarentena em caso
de aumento dos casos.
– Riscos de expansão –
Na China, o balanço subiu para 2.442
mortos, após o anúncio de 97 novas vítimas fatais. Com exceção de uma, todas
aconteceram na província central de Hubei, epicentro da doença.
O ministério da Saúde informou 648
novos contágios, o que aproxima de 77.000 a quantidade de casos no país
Mas é a propagação fora do país que
gera grande preocupação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
teme “a possível propagação do COVID-19 nos países com sistemas de saúde mais
precários”, advertiu o diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Um estudo publicado na sexta-feira
pelo Centro de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres calcula que
“quase dois terços dos casos de COVID-19 fora da China não foram detectados em
todo o mundo”.
Em algumas situações, as precauções
não foram suficientes. O Japão confirmou neste domingo que o vírus foi
diagnosticado em uma passageira do “Diamond Princess” que voltou para casa de
trem depois de ter sido considerada um caso negativo.
Mais de 20 passageiros estrangeiros
estão na mesma situação.
A epidemia pode colocar em risco a
frágil recuperação da economia mundial, afirmou Kristalina Georgieva,
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), aos ministros das
Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 reunidos na capital da Arábia
Saudita.
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