Segundo o
ministro da Secretaria de Governo, apesar dos ataques, Bolsonaro "está
tranquilo porque não fez nada de errado".
O ministro da
Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, minimizou nesta
quarta-feira, 26, o envio, pelo presidente Jair Bolsonaro, de um vídeo
convocando para manifestações organizadas por apoiadores do governo no dia 15
de março. A divulgação dos atos nas redes sociais tem sido marcada por críticas
ao Congresso. Em conversa com o Estado, o ministro afirmou que Bolsonaro
"não seria maluco" de atacar o Congresso.
De acordo com Ramos, o presidente
decidiu compartilhar o vídeo com amigos após ficar sensibilizado com as
imagens, que incluem cenas de quando tomou uma facada, durante a campanha
eleitoral de 2018, e de seu período de internação no hospital.
"O vídeo não fala do Congresso.
É um vídeo de apoio ao governo, que ele recebeu, como recebeu muitos outros, e
pelo tom emotivo, apenas repassou para uma lista reservada de pessoas. Só no
privado", afirmou Ramos ao Estado. "Qual é a culpa dele nisso?",
questionou o ministro, que passou o feriado de carnaval ao lado do presidente
no Guarujá, no litoral de São Paulo.
O presidente compartilhou com seus
contatos do WhatsApp dois vídeos. Um deles, revelado pelo BR Político, diz:
"Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele
desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a
esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por
fazer o melhor para nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez
melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15/3 vamos mostrar a força
da família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os
inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador,
incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos
nas ruas apoiando Bolsonaro", diz o texto que aparece na tela, entremeado
por imagens de Bolsonaro sendo esfaqueado, no hospital e depois em aparições
públicas.
A divulgação do vídeo tem sido
tratado como um endosso, por parte de Bolsonaro, às manifestações e gerou
reações no mundo político e nas redes sociais na terça-feira, 25. "Estamos
com uma crise institucional de consequências gravíssimas", afirmou o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Twitter.
Ramos ressaltou, porém, que Bolsonaro
"não sabe" quem fez o vídeo e citou o fato de ele não ter reproduzido
os vídeos em nenhuma rede social, apenas no WhatsApp pessoal. "Ele não
colocou no Twitter, não colocou no Facebook, nem no Instagran. Qual é a
responsabilidade dele de terem divulgado isso nas redes abertas? Nenhuma. Zero.
Não é culpa dele. Foram apoiadores que divulgaram. A fala oficial dele sobre
isso está em um Twitter que ele publicou há pouco", afirmou.
Na postagem, feita na manhã desta
quarta-feira, o presidente afirmou que fez "troca de mensagens de cunho
pessoal, de forma reservada" e que "qualquer ilação fora desse
contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República".
Segundo o ministro da Secretaria de
Governo, apesar dos ataques, Bolsonaro "está tranquilo porque não fez nada
de errado". "Quem não deve, não teme. O presidente está com a
consciência tranquila. Ele não fez nenhuma dessas ilações que estão dizendo aí.
Não disse uma palavra sobre Congresso. Ele não pode ser culpado por uma coisa
que não fez", afirmou Ramos.
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