A primeira tentativa da Nasa de amostrar um
asteróide fez uma bagunça. A melhor bagunça, dizem cientistas
Uma sonda da NASA realmente bagunçou as
coisas no asteróide Bennu, e os cientistas estão entusiasmados.
A sonda OSIRIS-REx da NASA, pousou
brevemente em Bennu na tarde da terça-feira (21 de outubro) na primeira
tentativa da agência espacial de coletar amostras de um asteróide. Vai demorar
um tempo para confirmar se o OSIRIS-REx realmente coletou amostras de Bennu,
mas até agora tudo parece ter saído conforme planejado.
“Nós realmente fizemos uma espécie de bagunça na superfície deste asteróide. Mas é uma boa bagunça”, disse o principal investigador da OSIRIS-REx, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, a repórteres do centro de controle Lockheed Martin da missão em Littleton, Colorado. “É o tipo de confusão que esperávamos.”
Uma animação mostrando os quadros da aproximação final que mostra o choque da sonda com o asteróide no dobro da velocidade de gravação.Qualquer preocupação de acertar uma
rocha grande e dura desapareceu quando o OSIRIS-REx pareceu espalhar grandes
pedaços de cerca de 20 centímetros de diâmetro.
“Literalmente, nós o moemos”, disse
Lauretta. Algumas rochas em Bennu parecem ser muito mais flexíveis ou
quebradiças do que as da Terra, acrescentou.
A alegria de Lauretta é compreensível.
OSIRIS-REx foi lançado no espaço em 2016 e atingiu o asteróide Bennu dois anos
depois. Desde então, a espaçonave estabeleceu recordes por orbitar o menor
objeto já acompanhado por uma sonda, na órbita mais próxima.
E enquanto OSIRIS-REx (o nome da nave é
abreviação de Origens, Interpretação Espectral, Identificação de Recursos,
Segurança, explorador de regolito, em tradução livre) revelou novos detalhes
tentadores sobre Bennu (como a descoberta de pedaços de outro asteróide, Vesta,
na superfície), trazer amostras de rochas espaciais de volta para a Terra
continua sendo a missão principal.
Um mapa mostra os
obstáculos que a sonda OSIRIS-REx precisava evitar durante a manobra de
amostragem em 20 de outubro de 2020. Crédito: NASA / Goddard / Universidade do
Arizona
Os cientistas esperam que, ao estudar
fragmentos de Bennu, que é composto de sobras imaculadas da origem do sistema
solar, eles descubram novos insights sobre como nossa vizinhança cósmica se
formou e como a vida surgiu na Terra. Eles também querem entender melhor
asteróides como o Bennu, que podem representar uma ameaça potencial de impacto
para a Terra, para ajudar nos esforços de defesa planetária.
A próxima etapa do OSIRIS-REx é
confirmar se a espaçonave realmente capturou amostras do asteróide Bennu. Para
fazer isso, a sonda usará uma câmera para tirar fotos da placa de coleta de
amostra (chamada de Mecanismo de Aquisição de Amostra Touch-And-Go, ou TAGSAM,
na sigla em inglês).
A espaçonave também vai girar no lugar
com seu braço de coleta de amostra estendido para medir qualquer diferença de
massa no TAGSAM, o que vai revelar a massa da amostra, se houver. Os cientistas
da missão esperam coletar 60 gramas do asteróide Bennu antes de retornar à
Terra.
Se for bem-sucedido, o OSIRIS-REx se
juntará a um clube de elite de sondas de coletar amostras de asteróides. Em
2010, a sonda espacial Hayabusa da Agência de Exploração Aeroespacial do
Japão trouxe pedaços do asteróide Itokawa. Uma
missão de acompanhamento, Hayabusa2, retornará amostras de um asteróide
diferente chamado Ryugu em dezembro deste ano.
Se tudo correr bem, as amostras serão
colocadas em uma cápsula especial para o retorno à Terra em 2023, quando o
OSIRIS-REx voltará ao nosso planeta. Se descobrir que nenhuma amostra foi
coletada, ou talvez não o suficiente, a equipe da missão pode tentar novamente
em janeiro em um novo local de pouso reserva chamado Osprey.
“OSIRIS-REx, em minha opinião, é o
ápice da atividade humana como espécie. Construímos esta missão com propósitos
pacíficos, por curiosidade e nosso desejo de conhecimento”, disse Lauretta.
Os membros da equipe da missão vêm de
diversas origens e pontos de vista, acrescentou ele, “mas nada disso importa
porque trabalhamos juntos, unidos por uma visão e um objetivo comuns. E quando
fazemos isso, alcançamos coisas incríveis”. [LiveScience]
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