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Ontem, o deputado Carlos
Jordy, líder da oposição e um dos mais vocais representantes da direita, foi
alvo de um mandado de busca e apreensão, autorizado pelo ministro Moraes, no
âmbito da operação Lesa
Pátria, que supostamente investiga os atos de 08 de janeiro.
A busca
e apreensão ao líder da oposição é mais um ataque frontal ao Congresso, que
assiste de joelhos a usurpação do seu poder pelo consórcio Supremo-PT.
Num passado não muito distante, parlamentares, políticos e empresários poderosos eram alvo de busca e apreensão, ou prisão, no âmbito do maior esquema de corrupção da história, ou seja, de crimes reais.
Hoje, praticamente todos os participantes desse esquema
foram descondenados, e muitos estão de volta ao poder.
As
buscas e apreensões passaram a ter como alvo a oposição, pelo
"crime" de protestar contra o império da corrupção e do
autoritarismo, no Brasil.
Ou seja, "crime" de opinião.
Praticamente ninguém apoiou quebra-quebra em Brasília no dia 08, e quem cometeu esse crime deve ser punido de acordo com o devido processo legal, o que não ocorre.
São
inúmeras ilegalidades cometidas contra os acusados, começando pela prisão de
mais de mil pessoas que protestavam PACIFICAMENTE em
frente aos quartéis, sem ter participado das invasões.
A
decisão que levou à busca e apreensão contra o deputado é sigilosa, mas a
Globo, emissora oficial do regime, teve acesso ao conteúdo, deixando claro o
caminho que as "investigações" estão tomando.
Carlos
Jordy não estava em Brasília no dia 08. Segundo a Globo, ele foi alvo da medida
porque "trocou mensagens sobre bloqueios de rodovias e sobre os atos
golpistas do 8 de janeiro", que envolveram bloqueios e acampamento em
frente à 2ª Companhia de Infantaria, em Campos dos Goytacazes.
Em vídeo divulgado pelas redes, disse o deputado: "eu, em momento algum do 8 de janeiro, eu incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto.
Pelo contrário. Em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos.
Nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois do 8 de janeiro.
Embora as pessoas tivessem todo o seu
direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito", afirmou
Jordy.
Ainda segundo a emissora oficial do regime Supremo-PT, "o parlamentar participava de grupos de mensagens – ora atuando como mentor, ora como articulador.
E se valia da força política para garantir poder de
mobilização."
Segundo
a PF, o objetivo desta fase - a 24ª desde o início da Lesa Pátria - é
identificar os "mentores intelectuais, financiadores e incitadores"
dos atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023.
Ou seja, eles estão começando a perseguir pessoas que não participaram das invasões de prédios em Brasília, mas que protestavam em outros locais.
Logo, concluímos que
a mera participação ou apoio aos protestos contra a eleição do descondenado
podem ser enquadrados como "tentativa de golpe de estado", por ser
interpretado como "incitação".
É
público e notório que centenas de milhares de pessoas participaram desses
protestos pacíficos em frente aos quartéis, e milhões mais protestaram de
alguma outra forma contra a alçada do descondenado à presidência.
Ora, o direito ao protesto é que define uma democracia.
Se protestar contra o resultado de uma eleição virou crime, é porque a democracia não existe mais.
O PT, por exemplo, protestou CONTRA a eleição de todos os seus opositores, em alguns casos tratando como "golpe" o resultado.
O próprio ministro da Defesa, José Múcio, disse durante a posse do
descondenado que tinha parentes nos acampamentos:
“Aquelas manifestações no acampamento, falo com autoridade porque tenho parentes lá, no de Recife, tenho alguns amigos aqui, é uma manifestação da democracia.
Aos pouquinhos aquilo vai
se esvair e vai chegar ao lugar que todos nós queremos.”
Os
parentes do ministro, ou ele mesmo, serão alvo de busca e apreensão?
No
limite, utilizando a lógica que motiva a perseguição, todo apoiador do
ex-presidente Bolsonaro pode ser considerado um criminoso que atentou contra a
"democracia" brasileira.
Obviamente, não há como o sistema processar ou mesmo prender pelo menos a metade do povo. Logo, os alvos passam a ser arbitrários.
O objetivo é calar as vozes mais influentes, e gerar medo no resto da oposição.
O bode expiatório da vez é o
deputado Carlos Jordy.
É
exatamente assim que opera qualquer regime de exceção, através do medo, sempre
justificando os seus atos arbitrários de forma cínica, pela "preservação
da ordem", ou da própria "democracia".
No atual
cenário, apenas o Senado teria condições de agir para frear a onda autoritária,
mas seja por medo, seja por conveniência, a Casa assume vergonhosamente uma
postura colaboracionista com
o regime.
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