PSOL vai ao Ministério Público contra reajuste

Partido quer tentar reverter a aprovação do aumento de 126% nos salários dos vereadores   

O Partido Socialismo e Liberdade  (PSOL) entra hoje com umarepresentação no Ministério Público (MP) para tentar reverter o aumento no salário dos vereadores de Campinas. Além disso, pretende ingressar com uma ação na Justiça com o mesmo fim. A informação foi dada ontem à reportagem pelo presidente estadual do partido e ex-vereador, Paulo Bufalo. 
Os parlamentares reajustaram seus próprios salários esta semana em 126%. A partir de 2013, cada legislador passa a receber R$ 15 mil. Atualmente, a Casa paga aos 33 parlamentares R$ 6,6 mil. 

Para o presidente do PSOL em Campinas, o aumento concedido aos salários dos vereadores fere a Constituição no que diz respeito à moralidade. "Para conseguirem 8% de aumento, os servidores de Campinas tiveram que fazer uma greve (de 19 dias) este ano", compara o dirigente. 

A reportagem procurou pelos representantes do Sindicato dos Servidores Municipais de Campinas, que informaram não existir irregularidade no procedimento do Legislativo e, portanto, não vão buscar a Justiça para uma possível correção. 

Bufalo quer que a Justiça investigue a falta de transparência e as articulações dos vereadores para conceder o reajuste de 126%, com base no que determina o princípio constitucional da moralidade. No MP, uma representação que será apresentada pelo partido pretende que os promotores investiguem o que chamou de "conluio" feito entre os vereadores para o reajuste. 

Manobra 
Para aumentarem seus próprios salários, os parlamentares campineiros manobraram a sessão da última segunda-feira colocando em debate a aprovação da Macrozona 5 (Campo Grande/Ouro Verde), que desviou o foco de quem acompanhava a reunião. A votação foi nominal, durou cerca de um minuto e resultou em 28 votos favoráveis, dois contrários e três ausências.

Após aprovarem o reajuste, e depois que os manifestantes perceberam que o projeto de resolução já havia sido submetido ao plenário, houve confusão entre o grupo que protestava contra o aumento e os guardas municipais que fizeram a segurança do local. A confusão terminou com feridos e quatro estudantes presos. A reunião foi encerrada por questão de segurança depois que ovos foram atirados contra os vereadores. 

Leia mais na edição desta sexta-feira (16) do Correio Popular

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