Você confiaria em um diagnóstico feito por um programa de computador? De acordo com estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Indiana (EUA), a ideia não é tão absurda quanto parece à primeira vista.
"O objetivo dessa pesquisa é desenvolver um sistema de inteligência artificial/computacional para propósitos gerais (não focado em doenças específicas) para lidar com desafios dos sistemas de saúde atuais [custos elevados, grande número de tratamentos e informações para lidar]", escrevem os autores, em artigo publicado no periódico Artificial Intelligence in Medicine.
O sistema foi usado para analisar dados (como doenças crônicas e episódios de depressão clínica) sobre o estado de saúde de 500 pessoas reais e prescrever tratamentos. Em seguida, os resultados foram comparados com os tratamentos que haviam sido realizados de fato, sob recomendação de médicos. Resultado: o computador teve 42% mais casos de sucesso do que os médicos e com um custo menor – US$ 187 (aproxidamente R$ 370) contra US$ 974 (aproxidamente R$ 974) por análise.
O programa usa um sistema de inteligência artificial que é resultado da combinação de outros dois: o Markov Decision Processes e o Dynamic Decision Networks. Com essas duas ferramentas, o computador é capaz de prever e comparar consequências de cada tratamento, além de fazer suposições quando não há informações suficientes e refazer os cálculos conforme novos dados são adicionados. Além disso, o programa não é focado em um tipo específico de doença, podendo ser usado para avaliar virtualmente qualquer tipo de caso.
Apesar dos resultados animadores, os autores do estudo olham com cautela a ideia de passar para computadores a tarefa de diagnosticar doenças e prescrever tratamentos. Ao invés disso, eles acreditam que é melhor unir homem e máquina, e não colocar tudo nas mãos de sistemas de inteligência artificial. "Mesmo com o desenvolvimento de novas técnicas de Inteligência Artificial que podem se aproximar ou mesmo superar a performance de tomadas de decisões humana, nós acreditamos que o caminho mais efetivo a longo prazo seja combinar inteligência artificial com a de médicos humanos", ressaltaram os pesquisadores em um pronunciamento.
"Vamos deixar que os humanos façam o que eles fazem bem, e que as máquinas façam o que elas fazem bem. No fim, vamos maximizar o potencial de ambos", concluem.[io9] [Artificial Intelligence in Medicine]
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