“Do ponto de vista ‘técnico’ pode-se afirmar que o governo Dilma já acabou”

Recuperação na avaliação de Dilma: alívio da inflação e a persistência do baixo índice de desemprego, ou porque seu governo está acabando (Foto: Arquivo)
"Mesmo que a presidente fosse uma boa gestora, coisa que não é, e movimentasse o governo para executar grandes mudanças estruturais, os seus resultados só viriam no médio prazo" (Foto: Dedoc / Editora Abril)
15/08/2013
 às 20:00 \ Política & Cia

“Do ponto de vista ‘técnico’, ou seja, das previsões possíveis de serem feitas, pode-se afirmar que o governo Dilma já acabou”

Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros
FOI A ECONOMIA
A leitura atenta dos dados da pesquisa do DataFolha indicam claramente que os seis pontos recuperados pela presidente Dilma na avaliação de seu governo se devem basicamente ao alívio da inflação e a persistência do baixo índice de desemprego.
Há uma correlação direta entre esta recuperação e o aumento também da confiança dos entrevistados nas suas condições econômicas.
A economia vai andar?
A presidente recuperou parte de sua popularidade, como se vê.
Mas, do ponto de vista da economia, a maior probabilidade é que as coisas persistam na marcha lenta. Não há nenhum fator estrutural mudando no Brasil que possa indicar aumento do consumo ou uma “arrancada” do investimento. Até mesmo a inflação não concedeu propriamente “uma trégua”.
Observados os fatores de queda temos a exaustão momentânea de alguns fatores sazonais (no segmento de alimentos) e a queda das tarifas de transporte (fruto das movimentações nas ruas). Do ponto de vista “técnico”, ou seja, das previsões possíveis de serem feitas, pode-se afirmar que o governo Dilma já acabou.
Mesmo que a presidente fosse uma boa gestora, coisa que não é, e movimentasse o governo para executar grandes mudanças estruturais, os seus resultados somente viriam no médio prazo.
Isso depois de riscos conjunturais substantivos, a saber: alta do dólar (e da inflação), fortíssimo déficit nas contas externas, alta dos juros no mercado internacional e debilidade do consumo no mercado doméstico.
A antecipação da corrida eleitoral é um desastre do ponto de vista econômico: os investidores que já capengavam em função da incompetência governamental estão preferindo esperar.
O capital é covarde, como se sabe ou se devia saber.

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