Em tempos em que a mulher se emancipou e adquiriu igualdade jurídica, vemos algumas práticas anacrônicas como casamentos forçados e venda de mulheres. Foi mais ou menos o que aconteceu com a deputada federal Clarissa Garotinho.
Há muito que a deputada tem declarado seu apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Seu voto era certo, até que seu pai Anthony Garotinho se ergueu da sarjeta para negociar o voto da filha.
Após uma discreta reunião com o ministro chefe da Secretária do Governo Ricardo Berzoini, ficou decidido que Clarissa não votaria contra Dilma.
Como ela já havia se comprometido com o impeachment, ficou resolvido que a saída seria pelo cinismo:
Clarissa pediu licença medica de centro e vinte dias.
A desculpa para o golpe é a gravidez da deputada.Se houvesse solicitado um dia a mais seria permitido ao suplente votar em seu lugar.
Como o objetivo é blindar Dilma, Anthony orientou a filha a não correr o risco de ver o suplente votando sim.
Não se sabe qual foi o teor da negociação entre Garotinho e Berzoini, só sabemos que ele vendeu a filha ao PT.
Só para recordar, em 1992 o deputado federal Roberto Campos foi votar de cadeira de rodas, após sofrer uma grave intoxicação alimentar.
Saiu do plenário direto para o hospital.
Clarissa não está doente, e ainda que fosse necessário o afastamento das funções, ela poderia optar entre se afastar apenas na segunda ou pedir licença superior a cento e vinte dias para que seu suplente votasse em seu lugar.
É bom que o povo fluminense memorize essa manobra.
Afinal, o governo ganha mais um voto contra o impeachment
Ricardo Noblat
Sabe-se lá com quem, ontem, o ex-governador do Rio de Janeiro, Garotinho, conversou no Palácio do Planalto... E sobre o que ele tratou.
O que se sabe é que depois da conversa, a deputada Clarisse Garotinho (PR-RJ), filha dele, protocolou na Câmara um pedido de licença de 120 dias. Está grávida. Dará à luz em breve.
Se a licença fosse de 121 dias ou mais, um suplente de deputado pelo DEM assumiria temporariamente a vaga de Clarisse. E votaria a favor do pedido de impeachment de Dilma no próximo domingo.
O governo lucra se um deputado vota contra o impeachment, abstem-se ou simplesmente falta à votação.
Clarissa Garotinho (Foto: Divulgação)http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2016/04/afinal-o-governo-ganha-mais-um-voto-contra-o-impeachment.html
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