O que se
viu nesta segunda-feira na comissão especial de impeachment
O que se viu
nesta segunda-feira na comissão especial de impeachment foi um governo nervoso,
acuado, fazendo uma defesa em tom alarmado – para, logo em seguida, ser
abandonado pelos partidos da base aliada, num sinal nada promissor para a
votação decisiva de domingo.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que apareceu
sereno há uma semana e foi até didático ao usar compras de feira para explicar
as pedaladas fiscais, nesta segunda estava irritado, abusando da ironia e da
agressividade ao se referir ao parecer do relator Jovair Arantes, pela
admissibilidade do impeachment.
Se Cardozo esperava encorajar os líderes da base aliada com seu
discurso indignado, o tiro saiu pela culatra.
Os líderes do PMDB, do PP e do
PSD, partidos nos quais o governo mercadeja votos para impedir a abertura do
processo, liberaram os votos.
O PMDB tem nada menos que seis ministérios.
Só um ministro deixou o cargo
depois do famoso desembarque do partido.
Ainda assim, o líder Leonardo
Picciani, para cuja recondução o Planalto atuou abertamente, lavou as mãos
e liberou os votos.
Em seguida foi a vez do líder do PP, Agnaldo Ribeiro, que, por
sinal, é ex-ministro de Dilma.
O PSD de Gilberto Kassab atingiu o auge: dividiu o tempo da
liderança para um deputado pró-impeachment e outro contrário.
O resultado de tamanho descompromisso foi selar o destino de
Dilma na comissão, o que já era esperado, e jogar mais incerteza sobre suas
chances no plenário.
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