Michel Temer e Dilma Rousseff: dinheiro da JBS bancou apoio de partidos à chapa.
Tesoureiro
indicou JBS para pagar apoio à chapa Dilma-Temer
Fundador do PROS, Henrique Pinto
confirma que partido recebeu R$ 10,5 milhões para apoiar reeleição e revela que
Edinho Silva intermediou o pagamento
Por Hugo Marques 6
jun 2017,
O que o senhor sabe sobre
relação da JBS com o PROS? A
aproximação do Eurípedes Júnior com a JBS se deu em 2013, na fase de criação do
partido.
O Eurípedes estava precisando de recursos para dar prosseguimento às
suas ações e precisava conhecer alguns empresários a patrocinar campanhas
políticas. Como eu conhecia o Júnior da Friboi (José Batista Júnior, irmão de
Joesley e Wesley), desde adolescente, apresentei o Eurípedes Júnior ao Júnior
Friboi e estivemos na casa dele em certa ocasião, em 2013.
Naquela ocasião, o
Eurípedes fez um a proposta ao Júnior Friboi: se ele fosse candidato a
governador por Goiás, com o PROS constituído, o PROS iria apoiá-lo no pleito.
Quando eles se conheceram, o
Júnior Friboi deu dinheiro ao Eurípedes Júnior? Naquela ocasião o
Júnior Friboi prometeu 150 mil ao Eurípedes Júnior, para dar prosseguimento nas
ações para a constituição do partido.
Esse dinheiro chegou a ser
entregue? Com
certeza. Inclusive, era tido como notório em Goiás que quem tinha bancado a
criação do PROS era o Júnior Friboi.
Essa era a conversa que se escutava nos meios
políticos. O Júnior Friboi, na época, não estava diretamente no comando da JBS,
já tinha negociado a saída com os irmãos, já tinha montado o próprio grupo
dele. Mas ele falava em nome de todos os irmãos.
Na delação da JBS, há relatos
sobre entrega de dinheiro para o PROS. Eu sei das tratativas
do Eurípedes Júnior diretamente com o ex-ministro Edinho (Silva), que era
coordenador financeiro da reeleição da presidente Dilma. Cheguei a conversar na
ocasião com o Eurípedes.
O Eurípedes tinha acertado com a Odebrecht 7 milhões
de reais e, com a JBS, 10,5 milhões de reais. Era compra do próprio partido, do
tempo de TV, apoio do PROS à campanha da reeleição.
Isso foi no início de 2014? Não, isso foi mais ou
menos no meio do ano, maio ou junho, antes da campanha.
Então, foram 7 milhões
da Odebrecht e os 10,5 milhões que a JBS repassou para o PROS, inclusive por
meio de nota fiscal fria.
Essa segunda fase foi capitaneada pelo Edinho.
O Edinho negociava o apoio dos
partidos e já indicava as empresas que iam pagar? Exatamente assim que
era feito.
Eu, particularmente, nunca estive com o Edinho pessoalmente. Mas eu
conversava com o Eurípedes Júnior e ele me falava o que estava acontecendo.
Como é que o Eurípedes Júnior
falava para o senhor? Ele
falava com aquela sensação de vitória, que tinha conseguido mais um bom
negócio.
Os ex-presidentes Lula e Dilma
tinham conhecimento da participação da JBS nessa operação? Se tinha ou não
tinha, não sei. Mas é muito difícil um funcionário (ele se refere a Edinho
Silva) fazer uma coisa desse nível sem o conhecimento do patrão.
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