Presidente brasileiro
fez pronunciamento ao lado de Juán Guaidó, após encontro no Palácio do
Planalto, nesta quinta-feira (28)
Oencontro entre o
presidente Jair Bolsonaro e o autoproclamado presidente da Venezuela, Juán
Guaidó, foi breve, na tarde desta quinta-feira (28), no Palácio do
Planalto.
Depois de falarem por alguns minutos,
ambos fizeram pronunciamentos. Guaidó afirmou que "a relação entre Venezuela
e Brasil é muito positiva, sobretudo para minimizar os conflitos".
“Não existe um dilema na Venezuela
entre guerra e paz, existe um dilema entre democracia e ditadura, entre a
miséria e a prosperidade”, afirmou o presidente interino. “Não existem paz
quando matam indígenas na fronteira, quando se persegue presos políticos”,
completou.
Já Bolsonaro atribuiu a crise na
Venezuela a dois ex-presidentes brasileiros, referindo-se aos petistas Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Tenho que fazer um mea-culpa aqui. Não
podemos aceitar que um país rico esteja enfrentando uma situação como essa que
o país vive no momento”, criticou.
Bolsonaro ainda atacou a esquerda.
“Eles gostam tanto de pobre que acabaram multiplicando-os. Continuaremos
trabalhando para restabelecer a democracia na Venezuela. Continuamos apoiando o
Grupo de Lima para restabelecemos a igualdade e a democracia”, destacou.
O ministro das Relações
Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, também participou do
encontro. Guaidó chegou ao Palácio do Planalto às 13h50, e passou pelo
tapete vermelho estendido em uma das portarias laterais do edifício principal.
Os Dragões da Independência fizeram as honras na entrada.
Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó
como presidente interino da Venezuela, o encontro não foi considerado uma
visita de Estado e aconteceu no gabinete de Bolsonaro. O presidente da
Assembleia Nacional da Venezuela ainda deve se encontrar com o presidente do
Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Guaidó chegou ao Brasil na madrugada
de hoje (28). Em sua conta pessoal no Twitter, ele disse que veio ao Brasil em
busca de apoio para a transição de governo na Venezuela. Antes do encontro com
Bolsonaro, ele esteve com representantes diplomáticos de outros países no escritório
da delegação da União Europeia, em Brasília.
“Em nosso encontro com os
embaixadores dos países da União Europeia, continuamos a fortalecer as relações
com nações que reconheceram nossos esforços para recuperar a democracia na
Venezuela e obter eleições livres”, escreveu. "Apreciamos o forte apoio
internacional dado à nossa rota e apoio à ajuda humanitária. É hora de avançar
para conseguir a cessação da usurpação que porá fim à crise na Venezuela,
recuperará nosso país e estabilizará a região”, completou.
Mais cedo, também pelo Twitter, o
ministro Ernesto Araújo disse que a diplomacia brasileira continua com seu
"apoio irreversível e incondicional à libertação" do país vizinho.
No mês passado, o Tribunal Supremo de
Justiça proibiu Guaidó de deixar a Venezuela e congelou suas contas. A Corte
atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab,
aliado do presidente Nicolás Maduro.
Apesar da decisão judicial, o presidente
interino foi à Colômbia para articular a entrega de ajuda humanitária na
fronteira e participar do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá. Mesmo correndo
risco de ser preso, ele prometeu retornar à Venezuela em breve.
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