OAS delata propina de R$
125 milhões a 21 políticos; Maia na lista
De acordo com o delator Adriano Santana, Maia recebeu caixa 2 para financiar sua campanha à prefeitura do Rio em 2012.
O acerto inicial teria sido de R$ 250 mil, mas
apenas R$ 50 mil teriam sido pagos
Delatores da construtora OAS relataram à Procuradoria-Geral da
República repasses de R$ 125 milhões em propina e caixa 2 a 21 políticos de
oito partidos entre 2010 e 2014, segundo reportagem do jornal O
Globo. Entre os citados estão o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo, os
senadores José Serra (PSDB-SP) e Jaques Wagner (PT-BA), o deputado Aécio Neves
(PSDB-MG), o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o ex-governador do Rio
Sérgio Cabral (MDB).
A delação da empreiteira foi homologada no ano passado pelo ministro Edson
Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, que manteve o
material sob sigilo. Assim como a Odebrecht, a OAS tinha um setor responsável
pelo pagamento de propina e listava os repasses a políticos em planilhas.
O
esquema, segundo relataram oito ex-funcionários que atuavam na Controladoria de
Projetos Estruturados, girava em torno do superfaturamento de obras como a
transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia de Integração oeste-leste.
De acordo com o delator Adriano Santana, Maia
recebeu caixa 2 para financiar sua campanha à prefeitura do Rio em 2012. O
acerto inicial teria sido de R$ 250 mil, mas apenas R$ 50 mil teriam sido
pagos.
Aécio teria recebido R$ 3 milhões em
"vantagem indevida" para a campanha presidencial de 2014. O tucano
também teria sido beneficiário de um esquema de R$ 1,2 milhão de caixa 2 via
contrato fictício de empresa de consultoria. O delator Ramilton Junior disse
ter operado R$ 1 milhão via caixa 2 para Serra.
Defesas
Em nota, Rodrigo Maia disse que a denúncia é
"uma ilação caluniosa" e alegou que as doações recebidas foram
declaradas à Justiça Eleitoral.
O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor
de Aécio, afirmou que "é inadmissível que investigados, para obterem
benefícios de uma delação, transformem doações oficiais e legais em vantagens
indevidas, sem apresentar prova".
A assessoria de Serra disse que ele
"jamais recebeu nenhum tipo de vantagem indevida". Vital do Rêgo
Filho afirmou que "não recebeu qualquer doação irregular de
campanha".
A defesa de Cunha alegou que a acusação trata de "fatos
requentados" e que ele provará sua inocência. A defesa de Jaques Wagner
informou que não comentará. Os advogados de Cabral não responderam. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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