O Estadão, em editorial, observa que o maior perigo para a reforma previdenciária é a tropa bolsonarista:
"A julgar pelas primeiras reações políticas à proposta de reforma da Previdência encaminhada à Câmara dos Deputados pelo governo, os maiores obstáculos à aprovação do texto não virão da oposição, com suas já conhecidas mistificações, e sim de alguns governistas, cujo célebre histórico de defesa dos interesses de corporações pode acabar desfigurando o projeto, reduzindo seu esperado impacto.
Ninguém menos que o senador Flávio Bolsonaro foi às redes sociais para dizer que 'caberá ao Congresso Nacional aprimorar a proposta de nova Previdência com emendas'. Ora, se há alguém que deveria defender integralmente o projeto encaminhado pelo presidente ao Congresso, esse alguém é obviamente seu filho senador (…).
Não contente em enfraquecer o governo logo no início de um processo que promete ser muito duro, o senador Flávio Bolsonaro indicou, no mesmo tuíte, como ele pretende 'aprimorar' a reforma: com uma emenda destinada a dar aos guardas municipais os mesmos direitos concedidos aos policiais militares – que estarão submetidos às mesmas regras das Forças Armadas e terão idade mínima de 55 anos para se aposentar.
Assim, Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, defende explicitamente o favorecimento de uma das tantas corporações que, há décadas, arrancam do Estado privilégios em detrimento dos cidadãos comuns, algo que a reforma pretendia reduzir."
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