As trocas de mensagens fazem parte dos documentos obtidos pela
força-tarefa da Lava Jato em cooperação internacional com bancos Suíços
E-mails do banco Bordier & Cie, de Genebra,
revelam que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza teria encomendado um
cartão para o ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB). De
acordo com a troca de mensagens entre funcionários da instituição financeira, a
pedido do "cliente", o cartão, que foi carregado com 10 mil euros,
deveria ter sido enviado ao tucano, mas não colocado em seu nome.
As trocas de mensagens fazem parte dos documentos obtidos pela força-tarefa da
Lava Jato em cooperação internacional com bancos Suíços. Vieira de Souza foi
preso na fase de número 60 da operação, batizada de Ad Infinitum, apontado como
suposto operador de políticos do PSDB e também da Odebrecht na geração de
dinheiro para seu departamento de propina.
Os documentos em
nome da offshore Grupo Nantes revelam que Vieira de Souza chegou a ter a cifra
de R$ 130 milhões na Suíça. Boa parte dos papéis está em nome do ex-diretor da
Dersa apontado como operador tucano.
Pagamentos a esta conta teriam vindo das
empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht. Investigadores
querem saber se outros políticos teriam sido beneficiários de 11 cartões emitidos
pelas contas de Vieira de Souza.
Um dos cartões
emitidos teria Aloysio Nunes como seu beneficiário - ele foi alvo de buscas e
apreensões. O documento foi emitido em 2007, quando o tucano era chefe da Casa
Civil do governo José Serra (PSDB), em São Paulo.
O cartão, de acordo com as
informações do banco suíço, foi enviado ao hotel Majestic, em Barcelona, e
recebeu crédito de 10 mil euros.
Além do documento
que mostra a emissão do cartão e seu envio a Barcelona, trocas de e-mails
também indicam para a entrega do cartão a Aloysio, a pedido de Paulo Vieira de
Souza.
Defesas
A reportagem entrou
em contato com a defesa do ex-ministro. O espaço está aberto para manifestação.
No dia 19 de fevereiro, quando foi deflagrada a Ad Infinitum, Aloysio Nunes
disse que ainda "não teve acesso às informações" da investigação que
fazem parte da fase 60 da Lava Jato.
Segundo o tucano, o
delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência "foi
muito cortês" mas não revelou a ele os motivos da diligência. "O
inquérito está em segredo, eu estou buscando saber o que há."
Aloysio Nunes negou
ter recebido cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de
Souza, preso na Ad Infinitum.
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