◘ EUA E OS PARCEIROS DA ‘OEA’ ATIVAM O MECANISMO INTERAMERICANO DE DEFESA CONTRA A VENEZUELA► O QUE IMPLICA ESTA DECISÃO?

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Publicado: 17 de setembro de 2019 às 16:48
Departamento de Estado dos EUA confirmou a notícia em um comunicado divulgado terça-feira.
O governo dos EUA e seus parceiros na Organização dos Estados Americanos (OEA) ativaram o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca ( TIAR ) que "facilita mais ações coletivas" contra a Venezuela. 
"Esperamos nos encontrar com parceiros regionais para discutir as opções econômicas e políticas multilaterais que podemos usar para a ameaça à segurança da região que (Nicolás) Maduro representa", afirmou o comunicado divulgado  terça-feira pelo Departamento de Estado dos EUA. 
Logotipo da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O gatilho para essa decisão, segundo Washington, foi o diálogo iniciado pelo presidente Maduro com um setor da oposição venezuelana, que a Casa Branca descreve como um " pequeno grupo marginal de políticos ".
Na última segunda-feira, o governo e um setor da oposição moderada assinaram um acordo no qual, entre outras decisões, se comprometeram a incorporar o banco Chavista na Assembléia Nacional (AN).
Segundo os EUA, o grupo que assinou o acordo com o governo "deturpou" a "oposição democrática", que para a Casa Branca é representada pelo deputado Juan Guaidó, que se proclamou em janeiro passado como "presidente encarregado" De Venezuela.
"Os Estados Unidos continuam apoiando Juan Guaidó, presidente da Assembléia Nacional e legítimo presidente interino da Venezuela. Qualquer negociação séria deve ser entre o ex-regime e o presidente interino Guaidó", disse Washington no comunicado, emitido horas após a decisão. novas sanções contra 16 empresas e três indivíduos, supostamente ligados ao governo venezuelano.
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Que medidas o TIAR pode tomar?

Entre as medidas contempladas no tratado para sancionar o país estão:  a ruptura das relações diplomáticas , a interrupção parcial ou total das relações e comunicações econômicas e o uso da força armada.
Na semana passada, doze países votaram a favor da convocação do Órgão de Consulta do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR). 
O próximo passo, de acordo com o documento fundador, é uma reunião "sem demora", prevista para a segunda quinzena de setembro, do Órgão Consultivo, a fim de examinar as medidas a serem adotadas e "concordar com as de natureza coletiva que devem ser adotadas. "abordar a questão da" crise "na Venezuela, considerada uma" ameaça à região "por governos que não reconhecem Nicolás Maduro como presidente legítimo do país.

Por que a Venezuela não reconhece o Tratado?

A Venezuela rejeitou a ativação desse mecanismo, desde que o país denunciou o Tratado em 2013. Meses atrás, em uma manobra considerada "nula" pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ), Guiadó votou uma moção na Assembléia para solicitar a reincorporação de Caracas e promover medidas coercitivas na OEA.
Além disso, a Venezuela efetivou sua saída da OEA em abril deste ano. No entanto, vários governos do chamado "Grupo Lima", que não admitem Maduro como presidente legítimo, tentaram ignorar a decisão de Caracas e seguir adiante com os protocolos dentro do órgão interamericano, reconhecendo Guaidó como interlocutor.

Qual é a posição do governo de Maduro?

Na segunda-feira, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, disse que as Forças Armadas Nacionais da Bolívia (FANB) rejeitam a aplicação " espúria e irritação " do Tratado com o qual "se pretende legalizar uma intervenção militar" contra a Venezuela.
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O padrinho leu uma declaração afirmando que a convocação do órgão de consulta do tratado mencionado acima, aprovada na semana passada, é uma "provocação irracional" cujo "objetivo é derrubar o governo" de Maduro.
O governo venezuelano indicou ao grupo de países por trás da ativação do órgão de consulta do TIAR "estar alinhado com os interesses dos Estados Unidos" e reiterou sua rejeição a esse tratado, como é, na opinião de Caracas, um " instrumento imperial ameaçador da história" do continente.

Quais outros países são contra?

Antes da votação na OEA, os representantes do Uruguai, México, Bolívia e Barbados perante o Conselho Permanente rejeitaram a aplicação do TIAR.
O Uruguai catalogou a chamada como " desprovida de validade legal " e criticou o uso do tratado para "abordar questões de política interna". Para Montevidéu, o uso desse pacto " abriria caminho para a intervenção de um Estado por outro".
O México, por outro lado, chamou a chamada ao tratado de " revés ", que chamou de "obsoleta", acrescentando que não houve uma "explicação contundente" sobre as razões para considerar sua ativação. A Bolívia expressou sua discordância e saiu da sessão, enquanto Barbados disse que "a pior coisa que poderia acontecer" ao hemisfério "é uma ameaça de intervenção".

Por que a oposição venezuelana pediu a ativação do TIAR?

Em julho passado, Guaido e o banco da oposição (maioria na Assembléia Nacional) aprovaram o retorno da Venezuela ao TIAR. No entanto, essa decisão teve dois problemas fundamentais:
·     O Parlamento é desrespeitoso, pelo que as suas decisões são nulas.
·   A decisão não foi aprovada por Maduro, que é o presidente venezuelano.
O deputado da oposição alegou naquela ocasião que a medida procurava manter em "todos os espaços" o plano de depor  Maduro  e estabelecer " alianças internacionais " para "proteger e defender o povo e a soberania venezuelanos".
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Nas últimas semanas, o aumento das tensões entre Caracas e Bogotá ajudou a reativar a iniciativa TIAR na OEA, depois que a Colômbia denunciou a Venezuela sem evidências para proteger grupos guerrilheiros em seu território. Miraflores respondeu com uma operação na fronteira binacional e a chamada ao Conselho de Defesa Nacional.
No início deste mês, Maduro foi categórico ao acusar seu colega colombiano, Iván Duque, de "colocar a Colômbia em uma guerra que se enfurece" e fingir semear " um falso positivo para atacar a Venezuela e iniciar um conflito militar".
O jornalista Andrés Thomas Conteris acredita que a ativação do TIAR terá "consequências muito sérias" para a região. "Isso pode ser desencadeado por ações não apenas políticas ou econômicas, mas estamos diante de uma possibilidade de intervenção militar direta", disse ele à RT.

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