Trump afirmou merecer encontrar seu acusador
SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente
americano Donald Trump disse que quer encontrar o delator
que tornou público o conteúdo de sua conversa com o mandatário ucraniano,
Volodimir Zelenski, responsável por detonar o processo de impeachment
contra o republicano.
Em
uma rede social no domingo (29) à noite, Trump afirmou merecer encontrar
seu acusador, que teria apresentado sua ligação telefônica com um líder
estrangeiro de maneira "imprecisa" e "fraudulenta".
Na
chamada de 25 de julho -o estopim do trâmite legal
do impeachment-, Trump pediu ao presidente ucraniano que
investigasse os negócios de Hunter Biden na
Ucrânia. Hunter é filho de Joe Biden, ex-vice de Obama e um dos
candidatos democratas mais bem cotados para enfrentar Trump na
eleição presidencial de 2020.
Trump também
afirmou querer encontrar quem teria passado a informação da ligação
comprometedora ao delator. "Esta pessoa estaria espionando o presidente
dos EUA? Grandes consequências!", tuitou.
Mais
cedo no domingo, o advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani, veio a
público para defender seu cliente do processo de impeachment em andamento no
Congresso, e adotou uma retórica agressiva.
Em
entrevista tensa à rede ABC, neste domingo (29), Giuliani atacou o delator
anônimo que alertou sobre a ligação telefônica de Trump com o presidente da
Ucrânia. Segundo Giuliani, ao menos cinco pontos da delação são falsos, pois o
informante não estaria presente quando o telefonema ocorreu.
Giuliani,
que é citado no telefonema de Trump, negou ter agido contra o democrata.
"Eu não estou investigando Joe Biden. Eu caí nele ao investigar como os
ucranianos conspiraram com a campanha de Hilary Clinton para levantar
informações sujas", disse.
Segundo
ele, há "uma pilha de evidências" de que a interferência nas eleições
de 2016 não teve influência russa, mas sim da Ucrânia, que teria buscado
informações comprometedoras sobre Trump a pedido de Obama. Giuliani, no
entanto, não apresentou as evidências que citou.
"Não
se trata de colocar Joe Biden em apuros. Se trata de provar que Donald Trump
foi enquadrado pelos democratas", afirmou Giuliani.
O
advogado também disse ter provas de que Hunter Biden foi beneficiado com US$
1.5 bilhão de dólares de um fundo chinês, acusação já feita por Trump e negada
pelo advogado de Hunter.
O
processo de impeachment terá novos capítulos nos próximos dias. Michael
Atkinson, o inspetor que alertou o Congresso sobre a delação, será chamado para
depor de forma privada.
Quem
também deve prestar depoimento é Kurt Volker, enviado especial do Departamento
de Estado para a Ucrânia que renunciou ao cargo na sexta (27).
Perguntado
se iria depor caso seja chamado, Giuliani disse que "consideraria",
mas somente se o presidente do Comitê de Inteligência, o democrata Adam Schiff,
fosse removido do cargo. O comitê é responsável por tocar o processo de
impeachment.
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