Operação inaugural em um sábado nublado bastou para revelar
problemas que a Prefeitura terá de resolver no novo terminal urbano, como
evitar congestionamento em pontos de entrada de ônibus
O novo terminal urbano de Rio Preto estreou neste
sábado, 30, com pelo menos quatro problemas a serem resolvidos pela Prefeitura:
congestionamento de ônibus e carros na rua Bernardino de Campos, o risco
estrutural devido ao tráfego pesado no viaduto Abreu Sodré (interligação das
avenidas Alberto Andaló e Philadelpho Gouveia Neto), falta de cobertura na
passarela que interliga o antigo e o novo prédio, e os ambulantes, que já
apareceram no primeiro dia de operação e exigem trabalhar no local, mesmo
proibidos de comercializar seus produtos.
O novo terminal foi liberado sexta-feira, 29, pela
Prefeitura, com três anos de atraso e ao custo de R$ 64,2 milhões, mas só
entrou em operação às 5h da madrugada de sábado.
Mesmo com trânsito mais leve no sábado, houve entrave
na saída dos ônibus com os veículos que transitam do Centro pela rua Bernardino
de Campos. Houve formação de filas de veículos até às proximidades do
cruzamento com a linha férrea. Agora, além de eventualmente esperar a passagem
do trem, os carros neste trecho precisam esperar também o fluxo de ônibus logo
abaixo. Problema que pode ocorrer no sentido inverso, na rua General Glicério.
Também há problema para os pedestres que saem do
terminal, porque são obrigados a cruzar a saída do ônibus pela rua Bernardino
de Campos, com risco de atropelamento. É o que reclama a cuidadora de idosos
Aparecida do Nascimento. "Será que quem planejou o terminal não pensou no
risco que a gente passa ao cruzar a pé a saída dos ônibus?", questionou.
Quem vem do antigo terminal urbano reclama da falta
de cobertura para se proteger da chuva ou do sol para chegar ao novo local.
"A hora que chover muito, quero ver como a gente vai vir da Rodoviária.
Sou idosa, tenho 72 anos, não dá para ficar se molhando assim e depois pegar
uma gripe", reclama a aposentada Maria Alice da Silva.
O novo terminal também aumentou o tráfego de ônibus
no viaduto Abreu Sodré, usado como a principal rota de acesso de ônibus da
região sul. Laudo de perícia de engenharia apontou o risco de comprometimento estrutural
do viaduto devido ao alto fluxo de veículos, que chegam a pesar mais de 10
toneladas.
Para piorar, teve protesto de 15 vendedores
ambulantes, que gritaram e desfilaram pelas plataformas de embarque e
desembarque. Nos últimos três anos, eles tomavam conta das plataformas do
antigo endereço, com vendas de produtos.
Vai reavaliar
O secretário de Trânsito, Amaury Hernandes, afirma
que o funcionamento do terminal neste sábado, 30, e nesta segunda-feira, 2 de
dezembro, servem como testes. Os problemas, segundo ele, serão corrigidos.
"Já vamos fazer ajustes, como por exemplo, retirar estacionamento de
veículos de um dos lados da Praça Cívica, para facilitar o tráfego de ônibus na
rua João Mesquita. Também vamos estudar o que pode ser feito na saída dos ônibus
na rua Bernardino de Campos para não complicar o trânsito que vem do Centro e
também dar mais segurança aos pedestres."
Amaury diz que a Prefeitura tem laudos que atestam a
segurança estrutural do viaduto Abreu Sodré para suportar o peso dos ônibus, mas
vai observar, nesta segunda, como o tráfego vai se portar. O limite, segundo
esse laudo, no entanto, é para veículos de até 15 toneladas, que pode ser
superado, por exemplo, se dois ônibus passarem simultaneamente, cada um numa
das faixas de trânsito, ida e volta do terminal.
Quanto à cobertura da passagem entre os terminais,
Amaury afirma que a obra já está prevista na reforma do antigo terminal, mas
não dá previsão de quando a benfeitoria ficará pronta.
O superintendente da Emurb, Rodrigo Juliano, descarta
qualquer possibilidade de permitir comércio ambulante no novo terminal.
"Não vai ter praça de alimentação ali dentro, vamos trabalhar com máquinas
de vending machine [máquinas eletrônicas], que permitem ao usuário compra de
alimentos, refrigerante e água, com uso de dinheiro ou cartões bancários."
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