Represa Rio Preto (Guilherme Baffi 14/3/2018)
Censo 2022 aponta que Rio Preto chegou a 480.439
habitantes, com crescimento de 17,68% desde 2010; cidade é agora a décima maior
do estado de São Paulo e a 45ª do País
Marco Antonio dos Santos Publicado em 28 de junho de 2023
Atualizado em 29 de junho de 2023
O Censo Demográfico 2022 registrou uma população de 480.439 habitantes em Rio Preto, um crescimento de 17,68% em relação à última contagem, realizada em 2010, quando a cidade tinha 408.258 pessoas.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A cidade subiu da 11ª para a 10ª posição no ranking dos
maiores municípios do estado de São Paulo, ultrapassando Mauá. Em todo o País,
Rio Preto é a 45ª maior cidade – antes era a 52ª.
O maior município da região teve um crescimento acima do percentual nacional (6,5%) e estadual (7,65%).
“O Censo mostra que São José do Rio Preto segue em ritmo de intenso crescimento, consolidando-se como capital da Região Metropolitana do Noroeste Paulista.
Qualidade de vida e
desenvolvimento são a marca desta cidade, que atrai pessoas de todo o Brasil”,
disse em nota o prefeito Edinho Araújo.
Para completar a contagem de 480 mil habitantes, o IBGE levou dez meses, sete a mais do que era inicialmente previsto.
Os recenseadores foram
recusados em 7,5 mil imóveis da cidade. Mesmo assim, as casas também foram
incluídas nos dados demográficos, a partir de uma estimativa populacional.
“Nestas casas onde as pessoas se recusaram a atender o IBGE,
incluímos uma média de habitantes por moradia, conforme a característica do
bairro em que estávamos”, explica Pedro Roberto Krüger, coordenador do IBGE em
Rio Preto.
Quem fez questão de ser contada pelo Censo 2022 foi a coordenadora de comunicação Sara de Oliveira Freitas, que veio de Goiânia em 2020 para morar em Rio Preto.
“Vim transferida pela empresa, o que foi
positivo, porque já tinha visitado Rio Preto. Posso dizer que adoro a cidade.
Já morei em outros municípios do País, mas aqui é meu lugar”, garante.
Já a gerente comercial Maitê Eugênia Dubeau Rodrigues, 39 anos, vinda da zona Leste de São Paulo há quatro anos, demorou um pouco para se sentir em casa, mas hoje não quer mais mudar.
“Por algum tempo, para quem
perguntava, eu falava que era de São Paulo, mas depois, com o tempo, fui
conquistada pela qualidade de vida de Rio Preto. Tanto é que estou construindo
minha casa aqui, porque melhorou minha saúde”, diz.
Parte dos 17,68% de crescimento populacional foi impulsionada por estudantes que chegam a Rio Preto para cursar faculdade. E antes mesmo de ganhar o diploma decide ficar.
É o caso da médica Nara Gonçalves Larranhaga, 31 anos, que é de Magda. “Eu vim para Rio Preto fazer cursinho em 2010, fiz faculdade na Faceres em 2013, fiz residência no Hospital de Base e hoje trabalho como médica aqui.
Casei com um morador de Rio Preto e hoje tenho uma
filha. É o lugar que escolhi para morar. Na verdade, acho que fui escolhida por
Rio Preto”, diz.
Vinda de Campinas em 2014, a doula Talita Miranda pode se orgulhar, junto com muitos ginecologistas, de ter ajudado com as próprias mãos no crescimento populacional da cidade.
“Deu para perceber o quanto a cidade
cresceu ao longo dos últimos anos pela quantidade de partos que realizei, numa
cidade onde tinha as maiores taxas de cesáreas do país. Aqui vim morar com meu
marido, tive meus filhos e fiz de Rio Preto meu lar”, diz.
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Censo 2022
Uns aumentam, outros encolhem
Bady Bassitt foi a cidade da região com maior
crescimento proporcional (Guilherme Baffi 05/01/2023)
Os números do Censo 2022 foram comemorados em Bady Bassitt, a cidade que mais cresceu na região de Rio Preto proporcionalmente.
Mas foram
duramente criticados em Riolândia, o município que mais “encolheu”.
Bady Bassitt saltou de 14.603 habitantes em 2010 para 27.260 moradores, uma taxa de crescimento de 86,67%. O prefeito da cidade, Luiz Antonio Tobardini (PSDB), em seu segundo mandato, comemora e acredita que há ainda mais moradores.
“Eu acho que na verdade temos uns 30 mil habitantes. São
13 mil ligações de água, uma média de três pessoas por casa. É tantos imóveis
aqui, que em breve Bady Bassitt vai encostar na zona Sul de Rio Preto”, diz o
prefeito.
Além de Bady, também entram nesta lista de crescimento
populacional expressivo Cedral (58,28%), Ipiguá (51,63%), Parisi (42,32%) e
Jaci (34,58%).
Há 149 km de distância de Bady Bassitt, o clima em Riolândia é
de revolta com os dados do IBGE. A cidade passou de 15.574 habitantes para
10.309 entre 2010 e 2022, uma taxa de 33,81% de redução demográfica.
“Pela análise e o que a gente vê no município, não dá para acreditar que houve redução da nossa população. Desde o último censo em 2010, nós criamos mais três bairros.
Nosso fluxo de atendimento na rede de saúde aumentou.
Discordo plenamente deste censo”, diz o prefeito de Riolândia, Antonio Carlos
Santana da Silva (PSD).
Também amargaram encolhimento expressivo as cidades de Gastão
Vidigal (22,44%), Turmalina (15,62%), Paulo de Faria (13,84%) e Marinópolis
(11,97%).
O coordenador regional do IBGE, Pedro Roberto Krüger, garante a confiabilidade dos dados, dizendo que pela primeira vez, cada visita a imóvel foi registrada de forma eletrônica pelo GPS e depois checada pelos supervisores.
Ele salienta que nem todos os moradores das cidades ajudaram na contagem populacional, porque os recenseadores enfrentaram muita recusa de entrevista.
(MAS)Cidade deve ser planejada
O crescimento populacional de Rio Preto bem acima da média
estadual e nacional é apontado como resultado da boa qualidade de vida da
cidade, diz o professor de arquitetura José Carlos Lima Bueno.
“Rio Preto cresce na proporção de sua estrutura urbana e
econômica. Tem muitas cidades do mesmo porte que não têm essa rede de postos de
saúde e UPAs, por exemplo. É preciso manter esse ritmo de crescimento
populacional de forma sustentável”, afirma.
Para Lima Bueno, o crescimento populacional de Rio Preto só não
foi maior, porque se diluiu pelas cidades vizinhas, escolhidas pelo valor mais
acessível de moradia. “As pessoas trabalham em Rio Preto, mas optaram por
comprar casas nas cidades mais próximas, de onde podem chegar pelas rodovias.”
Cauê Gomes Flor, professor de antropologia da Unesp, diz que o crescimento tem de ser acompanhado para evitar perda de qualidade de vida. “Para o futuro, é importante que os governantes e empresários façam investimentos para manter positivo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Não se pode esquecer, assim como acontece no restante do Brasil, que tivemos
queda da taxa de natalidade e aumento da população mais velha. Será necessário
ter uma cidade planejada para essa faixa etária.”.
Com a experiência de décadas em planejamento urbano em cidades do interior de São Paulo, o vice-prefeito Orlando Bolçone diz que o crescimento de Rio Preto é sustentável.
“O Censo mostra um crescimento sustentável de Rio Preto, dentro das expectativas e com as estruturas necessárias para dar sequência a esse processo.
Também houve um registro de crescimento nas cidades no entorno, o que é natural numa região metropolitana”, diz ele, que é o atual secretário municipal de Planejamento.
(MAS)
Crescimento menor
Agentes do IBGE tiveram de enfrentar a recusa
por parte de muitos moradores para concluírem o Censo 2022 (Johnny Torres
21/6/2022)
A população brasileira chegou 203.062.512 pessoas, segundo os dados do Censo Demográfico 2022.
Apesar de uma forte perda de fôlego no ritmo
de crescimento populacional, o resultado significa um aumento de 6,5% em
relação aos 190,8 milhões de habitantes contados no Censo anterior, realizado
em 2010, o equivalente a 12,3 milhões de pessoas a mais em 12 anos.
O montante ficou significativamente aquém das estimativas preliminares entregues pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU), em 28 de dezembro do ano passado, quando o instituto informou a existência de 207.750.291 pessoas no Brasil, população calculada já com base em dados preliminares coletados pelo Censo 2022.
O número de habitantes do País é usado
no cálculo do rateio do Fundo de Participação dos Municípios, além de determinar
o tamanho das representações políticas, como a quantidade de vereadores e de
deputados federais e estaduais, entre outras finalidades, frisa o IBGE.
Segundo o instituto, ainda não foi possível mensurar se a perda de vidas para a Covid-19, que superou 700 mil mortes confirmadas pela doença no Brasil, afetou significativamente o crescimento populacional no País.
Os dados ainda estão sendo analisados por técnicos do IBGE, informou o presidente interino do instituto,
Cimar Azeredo. A queda na taxa de fecundidade, que mede
o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva, já vinha
desacelerando o aumento da população brasileira, lembrou o instituto.
Domicílios
O número de lares aumentou mais nos últimos 12 anos do que o de habitantes no País.
As famílias ficaram mais enxutas, com menos gente vivendo
sob o mesmo teto, na média geral da população, segundo. A média de moradores
caiu de 3,31 pessoas por domicílio no Censo de 2010 para 2,79 pessoas em 2022.
Em Rio Preto, são 185.655 domicílios particulares ocupados, o
que dá uma média de 2,57 moradores por residência. Em 2010, a média era maior:
2,96 habitantes para casa domicílio. (Com Agência Estado)
https://www.diariodaregiao.com.br/cidades/riopreto/rio-preto-entra-no-top-ten-das-maiores-cidades-do-estado-1.1248880
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