ROBÔ CIRURGIÃO VAI OPERAR PELO 'SUS' NO HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.

 

Áreas em que os robôs são utilizados: cirurgias urológicas, gerais, torácicas, ginecológicas, oncológicas e no aparelho digestivo (Divulgação)

Ao custo de R$ 11,6 milhões, Hospital de Base adquiriu o equipamento robótico Da Vinci Xi, que será utilizado em cirurgias de diversas especialidades; veja como ele funciona

Marco Antonio dos Santos

Atualizado em 6 de julho de 2023 às 08:34

O Hospital de Base de Rio Preto investiu R$ 11,6 milhões na compra de um “robô cirurgião” com capacidade de fazer 20 operações por mês. 

O equipamento, que será usado inclusive em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), é chamado de Da Vinci Xi, e foi comprado nos Estados Unidos. 

A previsão é que ele comece a ser utilizado em duas semanas para realizar operações urológicas, oncológicas e ginecológicas, com a vantagem de reduzir até pela metade o tempo de recuperação dos pacientes.

“A gente tem feito muito investimento em tecnologia, dentro de um projeto de melhoria da qualidade do atendimento do paciente para beneficiar a nossa população. 

Só se ouvia falar em robótica em instituições privadas, mas aqui oferecemos para o SUS, além dos planos privados. Tem uma série de vantagens, inclusive em redução de custos para o hospital. 

É um aparelho de custo elevado, mas compensará”, diz Jorge Fares, diretor-executivo da Funfarme, mantenedora do Hospital de Base.

Com o equipamento Da Vinci, os médicos previamente treinados pelo setor de robótica do HB podem realizar cirurgias minimamente invasivas, por meio de pequenas incisões, o que reflete em redução de até 50% no tempo de recuperação do paciente, a depender da complexidade do tipo de cirurgia realizada. 

O robô não opera sozinho, depende do manuseio dos médicos.

O equipamento deve chegar no dia 18 de julho no HB, segundo Fares, com previsão de iniciar as cirurgias antes do fim do mês. “Esperamos que o primeiro paciente a ser beneficiado seja do SUS”, afirma o presidente.

O coordenador do Serviço de Cirurgia Robótica do HB, Maximiliano Cadamuro Neto, afirma que toda a equipe médica passou por 30 dias de curso de capacitação para saber operar o Da Vinci Xi.

“É uma tecnologia que veio para tornar as cirurgias menos agressivas. Menos dor, maior precisão e menor sangramento nos procedimentos de grande porte, por exemplo de câncer. 

A instituição viu que era importante para a população e inclusive para o ensino médico”, diz o coordenador, que ressalta a grande vantagem de utilizar o equipamento robótico também em cirurgias bariátricas complexas e procedimentos ginecológicos avançados.

Representante do fabricante do Da Vinci Xi, o executivo José Ricardo Oliveira afirma que, além de Rio Preto, só existe um equipamento semelhante em operação na rede pública do Interior, no Hospital de Amor, em Barretos, mas com equipamento da geração anterior.

“Temos cinco instituições de saúde no estado de São Paulo com equipamento robótico deste tipo, mas o Hospital de Base é o primeiro hospital que vai poder oferecer o Xi, que é de quarta geração, diferente das demais regiões”, explica o executivo.

Em Rio Preto, os hospitais Beneficência Portuguesa e Austa também realizam cirurgias robóticas, mas apenas pela rede particular.

Conversas para retomar transplantes

O diretor-executivo da Funfarme, Jorge Fares, afirma que está em conversações com a Secretaria de Estado da Saúde para retomar os transplantes de pulmão no Hospital de Base de Rio Preto. 

Os procedimentos foram suspensos no dia 16 de junho deste ano, o que obriga moradores da região a se mudarem para São Paulo para ficarem mais próximos do Hospital das Clínicas e do Hospital Albert Einstein, as únicas instituições de saúde no estado que fazem o transplante de graça.

Quem iniciou a mediação entre governo do estado e HB para retomada dos transplantes foi o diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto, Guilherme Camargo.

“Temos conversado com ele, porque temos interesse em não acabar com os transplantes de pulmão. 

Hoje mesmo tivemos uma reunião para discutir o assunto. 

A ideia é que retome o mais breve possível”, diz o diretor-executivo da Funfarme.

Segundo Fares, o principal ponto para decidir pela retomada das cirurgias é tornar o setor viável de forma funcional, com mais cirurgias por mês.

“Temos de achar uma forma de ter mais doadores (pulmão) e uma logística melhor para ter volume. 

Não adianta ter um transplante a cada quatro meses. 

Nós queremos fazer um a dois transplantes por mês, para bancar o custo operacional”, afirma Fares. Desde 2016, o HB fez 27 transplantes de pulmão. (MAS)

HB deve participar de mutirão

O Hospital de Base de Rio Preto vai se credenciar junto à Secretaria Estadual de Saúde para participar do Mutirão de Cirurgias Cardíacas, anunciado nesta semana pelo governador Tarcisio de Freitas (Republicanos), com objetivo de beneficiar 3 mil pacientes prioritários que estão à espera de cirurgias cardiovasculares na rede estadual.

“Temos o maior interesse em participar deste mutirão. Doutor Eleuses (secretário estadual de Saúde) tem lançado vários mutirões para reduzir filas. 

Nós estamos muito empenhados em participar deste projeto”, afirma o diretor-executivo da Funfarme, Jorge Fares.

A iniciativa integra o Plano de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas de São Paulo e está recebendo investimento de R$ 150 milhões para viabilizar os atendimentos. 

O objetivo é reduzir a espera por cirurgias eletivas em quatro grupos priorizados de procedimentos.

O mutirão atenderá pacientes elegíveis para cirurgia de substituição de válvula cardíaca, os com condições congênitas pediátricas, os congênitos adultos e os que necessitam de procedimento para a revascularização do miocárdio.

Fares afirma ser a favor da estratégia de realizar mutirões para reduzir as filas, porque estes esforços concentrados de médicos e instituições de saúde, durante determinado período, podem resultar no fim do tempo de espera dos pacientes.

“Participamos do mutirão de cirurgias de câncer. 

Hoje praticamente acabamos com essa fila que existia no Hospital de Base e no Hospital da Criança e Maternidade”, afirma. (MAS)

Como funciona

Os movimentos apenas acontecem a partir das manobras conduzidas pelo médico cirurgião por meio de um joystick. Antes de realizar cirurgia robótica, o médico precisa passar por capacitação e treinos em simulador

O cirurgião opera por meio de uma cabine que lembra um fliperama antigo, mas que tem tecnologia de primeira. 

Ela conta com dois controles manuais, dois painéis auxiliares e cinco pedais. Tudo que a câmera capta é exibido em 3D na tela, que amplia as imagens em até 15 vezes

Um programa de inteligência artificial filtra tremores indesejados (e naturais) das mãos do médico, o que evita que os braços do robô também tremam durante o procedimento cirúrgico. 

Outra norma de segurança é que, caso o médico precise tirar o rosto do visor durante a cirurgia, os comandos automaticamente são travados, a fim de evitar acidentes.

O robô tem quatro braços. Enquanto um fica com a câmera que leva as imagens à cabine onde está o médico, os outros três “põem a mão na massa”. 

Esses braços têm habilidades impossíveis à mão humana, e são muito mais precisos. 

Por isso, o tempo de recuperação costuma ser duas vezes menor do que o de uma cirurgia normal.

Áreas em que os robôs são utilizados: cirurgias urológicas, gerais, torácicas, ginecológicas, oncológicas e no aparelho digestivo


https://www.diariodaregiao.com.br/cidades/saude/robo-cirurgi-o-vai-operar-pelo-sus-no-hospital-de-base-1.1250694



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