O PT suspendeu por excesso de palco a turnê que acabou por falta de plateia


Essa marca de nascença nega a seus portadores o cultivo de afetos reais. Confrontados com o risco de naufrágio, caem fora até do barco que pilotam e abandonam à própria sorte os tripulantes que escolheram. 
É o que Lula acaba de fazer com a arca atulhada de candidatos a prefeito lançados ou apoiados pelo PT nas 20 capitais brasileiras. Todos em apuros nas pesquisas eleitorais, todos estavam à espera da visita do milagreiro das urnas para festejar a mudança dos ventos. 
O súbito cancelamento da turnê do palanque ambulante, anunciado nesta quarta-feira, recomenda que esperem sentados.
Diretor-geral da excursão, o companheiro Paulo Frateschi explicou que Lula suspendeu as viagens para dedicar-se à campanha de Fernando Haddad na capital paulista ─ e, se sobrar tempo, socorrer devotos em cidades vizinhas. Conversa fiada, corrige o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. 
Alarmado com o fracasso das três primeiras apresentações, o piloto sumiu para escapar do abraço de afogado. Depois da estreia em Belo Horizonte, por exemplo, a situação de Patrus Ananias passou de difícil a desesperadora. Humberto Costa já é o terceiro colocado no Recife. A passagem do palanque ambulante poderia garantir-lhe a lanterninha.
Escalado para camuflar o fiasco, Frateschi caprichou na pose de agente de superpop do voto. “Para ir a uma capital, o presidente Lula teria que ir a seis”, fantasiou. 
“Então, a decisão foi cancelar todas as viagens”. O país que, embora aceite tudo, já não engole Lula sem engasgos foi apresentado a outro espanto: a turnê que acaba por falta de plateia, mas é suspensa por excesso de palco.

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