Aviões-robô são capazes de localizar pessoas em movimento e transmitir imagens ao vivo Divulgação/FAB publicado em 28/09/2012
Com um formato
incomum, mais parecendo um míssil, a FAB (Força Aérea Brasileira) tem treinado
a utilização dos aviões-robô RQ-450 para vigiar as fronteiras do País.
Denominados Vant (Veículos Aéreos Não Tripulados), as duas aeronaves adquiridas
pela corporação podem ser o futuro das operações aéreas no Brasil.
Segundo a FAB, o último teste dos aviões-robô RQ-450 aconteceu
durante a Rio+20, em junho, quando o avião transmitiu imagens ao vivo para a
central de operações que cuidava da segurança do Rio de Janeiro.
Em nota divulgada pela corporação, o brigadeiro Maximo Ballatore
Holland, do Estado Maior da Aeronáutica, afirma que, como os aviões-robô são
capazes de transmitir ao vivo imagens das áreas de interesse, é possível ter
uma nova dinâmica nas ações de comando, que permite um ganho maior de dados de
inteligência e uma tomada de ações mais rápida.
A estreia dos RQ-450 foi na fronteira do Brasil com a Colômbia.
Ali, durante a Operação Ágata 1, em agosto de 2011, um Vant monitorou pistas de
pouso clandestinas que pouco depois foram bombardeadas por aviões de caça. A
atuação dos aviões não tripulados do Brasil não ficou só por ali. Em junho
deste, o governo da Bolívia afirmou que a destruição de 240 laboratórios de
drogas na fronteira foi possívels graças ao patrulhamento dos Vant brasileiros.
Holland afirma também que os aviões também pode ser usados como
auxílio em situações de calamidade e ações de segurança. Em operações como a
Ágata, por exemplo, quando além das Forças Armadas participam órgãos de
segurança pública e organizações como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e a Receita Federal, a Força Aérea
pode fornecer informações de acordo com a demanda de cada um deles.
De acordo com a FAB, as imagens transmitidas digitalmente dos
aviões são obtidas em cores ou em preto e branco, quando é usado o modo infravermelho
que permite identificar pessoas à noite ou sob árvores. Os novos aviões têm
também sistemas de comunicações aperfeiçoados, designador laser e são equipados
com um radar de última geração que identifica alvos móveis no solo, através de
uma função denominada MTI (Indicador de Alvo Móvel, na tradução em português).
Para quem está no chão, no entanto, é difícil enxergar os novos
aviões. Com 10,5 me de de envergadura e 6,1 m de comprimento, a aeronave é
pintada em cores claras e pode voar em altitudes de até 5.500 mm além de seu
ruído ser bastante difícil de ser ouvido.
Os RQ-450 tem
autonomia de voo de até 16 horas, o suficiente para, se necessário, uma dupla
de aeronaves manter a vigilância de uma determinada área de interesse de forma
ininterrupta.
Além dos dois aviões-robô, o contrato do governo brasileiro com
a empresa Aeroeletrônica, subsidiária da israelense Elbit, assinado em 2010,
incluiu uma estação de solo, sensores e a logística inicial associada, em um
investimento de mais de R$ 48 milhões.
Treinamento
As duas primeiras unidades recebidas pela FAB estão alocadas no Esquadrão
Hórus, da Base Aérea de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Criado
em 2011, o esquadrão já voou mais de 600 horas com seus RQ-450 em treinamentos.
Para garantir a segurança do equipamento, foi definido de que
somente aviadores podem ter o controle dessas aeronaves.
Apesar de não levar
tripulantes a bordo, o RQ-450 é comandado por uma dupla de militares que
permanecem em uma cabine de controle no solo. Por este motivo, a Força Aérea
designa o avião-robô como uma ARP (Aeronave Remotamente Pilotada).
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