O receio do impacto do julgamento do mensalão na reta final da campanha eleitoral falou mais alto na base governista, ontem à tarde, quando José Sarney comunicou à oposição a decisão de adiar a sabatina de Teori Zavascki para outubro.
O governo temia que a oposição (amplificada por alguns senadores da bancada dos independentes) transformasse a sabatina de Teori em um longo debate do mensalão (transmitido ao vivo pela TV Senado).
Para os senadores da base, forçar a votação de Teori no plenário do Senado poderia alimentar os rumores de uma manobra para favorecer os mensaleiros no julgamento do STF e daria discurso para a oposição defender a rejeição do ministro.
Como apenas 61 senadores estavam em plenário, os governistas fizeram as contas: a oposição poderia reunir até vinte votos contra a indicação e o governo arriscaria a não alcançar os 41 votos necessários para sacramentar a aprovação de Teori. Diante do risco, o adiamento tornou-se inevitável.
Por Lauro Jardim
6:01 \ Congresso
Zavascki: a oposição ficou desconfiada
A sabatina de Teori Zavascki na CCJ do Senado pode ter ficado para depois das eleições, mas a desconfiança da oposição não diminuiu com as primeiras declarações do escolhido de Dilma Rousseff. Longe disso.
O fato de Teori ter se recusado a declarar com todas as letras que não votará no mensalão fez alguns senadores lembrarem a teoria da conspiração que circula associada ao nome do ministro (ele votaria no mensalão e salvaria os mensaleiros).
Para a oposição, com todas as voltas jurídicas dadas nas respostas, Teori passou a impressão de que estava tomando cuidados para evitar analisar o mensalão e, com isso, provocar seu próprio impedimento no julgamento.
Por Lauro Jardim
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