27 de setembro de 2012 | 20h 34
A queda de cinco pontos porcentuais do candidato do PRB à Prefeitura de
São Paulo, Celso Russomanno, que passou de 35% para 30% das intenções de votos
na pesquisa Datafolha/TV Globo divulgada nesta quinta à noite, acendeu o sinal
amarelo em sua campanha e reavivou a possibilidade de que, na reta final deste
primeiro turno da disputa, os três primeiros colocados nas pesquisas - Celso
Russomanno, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) - terminem a corrida
eleitoral embolados.
Essa é a avaliação do especialista em marketing político e
pesquisa eleitoral Sidney Kuntz. Serra oscilou positivamente nesta pesquisa de
21% para 22% e Haddad subiu de 15% para 18%.
"Não é maluquice achar que pode haver segundo turno entre Serra e
Haddad", afirmou Kuntz. Ele acredita que "foi um erro" dos
tucanos e petistas darem como certo a ida de Russomanno ao segundo turno.
"As pessoas estão começando a acreditar que os dois têm condições de
chegar ao segundo turno. Russomanno começou a demonstrar inconsistência",
avaliou.
Kuntz atribui a queda de Russomanno ao seu fraco desempenho em debates e
aos ataques de seus adversários, que ressaltam a sua falta de experiência em
cargos executivos. "Isso é um reflexo do mal desempenho que ele vem tendo
nos debates, muito pouco incisivo, sem conseguir rebater os ataques dos
adversários.
Ele está sendo combatido pela falta de experiência que está sendo
apontada por todos os candidatos do pleito", avaliou. Para Kuntz, essa
queda foi significativa e deve trazer mudanças à campanha. "Antes, tudo
indicava que ele (Russomanno) não iria mais para debates, ele reafirmava sua
liderança a todo momento. Agora, se não for, nos olhos dos eleitores, será um
ato de covardia. Se ele for, vai continuar sendo metralhado", afirmou.
Os ataques às propostas de Russomanno, realizados pelos outros
candidatos, foi outro fator que influenciou a queda, na avaliação do
especialista. "As propostas foram, uma a uma, sendo desconstruídas, os
outros candidatos mostraram que muitas são inexequíveis", disse. Kuntz
apontou um terceiro fator como determinante: as polêmicas envolvendo o
candidato do PRB e religião nos últimos dias.
"Teve o grande problema com
a Igreja Católica, quando ele quis marcar encontro com o bispo (Dom Odilo
Scherer) antes do debate realizado no dia 20 deste mês, dizendo que só
participaria se tivesse audiência antes, pegou mal. O eleitor se pergunta: ''quem
ele pensa que é (para ter audiência de uma hora para a outra com um bispo)?''
Além disso, a ligação dele com Edir Macedo pesou contra."
Para Kuntz, a próxima pesquisa será definitiva para avaliar se a queda
de Russomanno foi pontual ou mostra uma tendência. "Quedas muito
acentuadas, historicamente, são difíceis de parar. Só com a próxima pesquisa
vamos saber se essa queda dele foi pontual ou significa uma tendência",
disse o especialista.
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