Virgins Wanted": os "reality shows" -- no caso, um documentário de um cineasta australiano -- chegaram até esse ponto, leiloar a virgindade de uma jovem. No caso, a catarinense Catarina Migliorini, de 20 anos
20/11/2012
às 20:30 \ Tema Livre
Seja bem-vindo ao Mundo 2012.
Sisly vinha ao Brasil para assistir a um desfile de modas de que
sua escolhida, Catarina Migliorini, garota de 20 anos de Itapema (SC), iria
participar, no Rio, mas teve seu visto de entrada recusado pelo Itamaraty com
base em artigo do Código Penal que fala em prostituição e exploração sexual.
Catarina, que está na Austrália, acabou também não vindo ao Rio.
Segundo autoridades, o cineasta poderia ser preso se
desembarcasse, com base no artigo 231 do Código, que diz: “Promover ou
facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer
a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá
exercê-la no estrangeiro”. (A pena para esse crime chega a oito anos de
prisão.)
O fato envolveu até um dos subprocuradores-gerais da República,
João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho, que ordenou uma investigação
sobre o caso. Num ofício que teria sido encaminhado ao Ministério das Relações
Exteriores, segundo o portal Terra, Mello Filho estaria recomendando um contato
com as autoridades policiais e judiciárias da Austrália para impedir a
consumação do ato.
O subprocurador também teria solicitado a revogação do visto de
Catarina na Austrália.
Antes de partir para a Austrália, Catarina concedeu a entrevista
abaixo à revista Playboy, que transcrevo sem maiores
comentários, porque a naturalidade com que a jovem aborda a venda de sua
virgindade fala por si.
As fotos incluídas na entrevista fazem parte de um
ensaio “sensual” de Catarina, como parte das ações de marketing destinadas
a promover o documentário. O ensaio foi publicado em sua página do
Facebook.
Entrevista
concedida Brunna
Castro, publicada na edição de novembro de Playboy
CATARINA MIGLIORINI
A catarinense de 20 anos que vendeu a
virgindade por 1,5 milhão de reais em um leilão na Internet revela detalhes da
transação, fala sobre a expectativa para a hora H, diz como treinou as
preliminares e cogita posar nua para Playboy
1. O leilão pela sua virgindade teve alguns
momentos de disputa acirrada entre os participantes. Você não ficou curiosa
para saber quem são esses homens que estão tão interessados em você?
De início eu não tinha muita curiosidade, mas, nos momentos
finais, confesso que deu vontade de conhecer cada um deles. Eu não costumava
acompanhar o leilão diariamente, mas nos últimos minutos fiquei acompanhando, e
foi bastante emocionante.
No
último segundo o Natsu [o
cidadão japonês de idade e profissão não revelados, vencedor do
leilão] deu o lance maior, além de outros lances feitos por outros
participantes que permaneceram meio sorrateiros até o último dia do leilão. Foi
legal, inusitado.
No site do documentário "Virgin Wanted" há um contador de dias para o fim da virgindade de Catarina, que leiloou sua primeira vez pelo equivalente a 1,5 milhão de reais
2.
Se você sentir vontade, vai poder transar pelo tempo que quiser ou o período é
determinado?
Tem um tempo determinado de 1 hora no mínimo, mas nada impede
que se prolongue um pouco mais. Estarão presentes seguranças para garantir que
as regras não sejam quebradas. Quero conversar com o Natsu antes de
qualquer coisa. Quero conhecê-lo e quero que ele me conheça também. Acho que
isso é fundamental.
Eu tenho uma boa noção teórica de como vai ser, mas nenhuma
noção prática, pois nunca me relacionei com ninguém em nenhuma modalidade
sexual e por isso me considero virgem, mas não vejo isso como um troféu. É a
condição em que me encontro.
3.
O evento ocorrerá durante um voo entre a Austrália e os Estados Unidos, o qual
dura 17 horas. O que você vai fazer caso a relação termine em 1 hora?
Hummm, não pensei nisso ainda, mas, jogar paciência, talvez? Não
sei, mas aceito sugestões.
4.
O lance de 1,5 milhão de reais vai ficar inteiro com você? O que você pretende
fazer com todo esse dinheiro?
O dinheiro do maior lance do leilão ficará todo comigo,
e ainda não decidi o que fazer. Eu só saberei informar isso depois que o
valor estiver na minha conta.
Cada lance foi acompanhado de perto por Catarina: "os momentos finais foram emocionantes", diz ela
5.
O vencedor deve comprovar que tem o dinheiro que ofereceu no leilão. Se ele não
tiver o dinheiro, o que vai acontecer?
O diretor Justin Sisely mantém contato direto com os
principais participantes e tem as garantias de que eles são excessivamente
abastados. Esse dinheiro deve ser depositado na minha conta antes de qualquer
envolvimento maior. Do contrário, nada vai acontecer.
6.
O vencedor do leilão é um japonês. Existe aquela lenda sobre eles não serem
avantajados…
[Risos.] Avantajados
ele já provaram que são, né? Quanto à lenda, eu não sei responder. Isso cabe
aos observadores de tamanho do pênis alheio, que, pelo jeito, gostam de ficar
comparando.
7.
Você é daquelas que já fizeram de tudo antes, menos perder a virgindade?
Não, nunca tive um namorado e nunca me relacionei
sexualmente com ninguém, seja homem ou mulher. Nunca ninguém passou as mãos em
meus seios ou em minhas partes íntimas, nunca ninguém me lambeu ou chupou,
nunca fiz sexo anal, oral nem vaginal.
Não considero virgem quem já teve algum contato sexual com outra
pessoa. Eu já beijei, sim, poucos, e todos eram da minha faixa etária. Meu
primeiro beijo foi aos 17 anos, e, se afirmo tudo isso diante do mundo, é
porque não existe nenhum homem ou mulher que possa provar o contrário.
Catarina Migliorini: "Nunca tive nenhuma experiência sexual, mas estou treinando"
8. Por que você não perdeu a virgindade até
hoje?
Você diz até hoje como se fosse algo anormal, como se fosse
regra perder a virgindade antes dos 20 anos. Bem, eu tenho amigos e gosto de
sair para me divertir, dançar, ouvir uma boa música, viajar, adoro esportes.
Além disso, gosto muito de ler. Passo horas e horas lendo.
Essas também são maneiras de se divertir. Tem aqueles que gostam de transar,
e não vejo nada de mais nisso, mas, por enquanto, meus passatempos são
outros e eu acho muito excitante ler um bom livro.
9.
Por 1,5 milhão de reais, você vai perder a virgindade de tudo? Anal, oral…?
Eu devo perder a virgindade vaginal, nada além disso.
Portanto, não serei mais virgem.
10.
Já fez algum treino para as preliminares?
Como disse, jamais tive contato sexual de nenhuma modalidade com
ninguém. Mas, se isso serve, já imaginei beijos ardentes e treinei com uma
laranja descascada.
11.
Se você gostar do Natsu, vai namorá-lo?
[Risos.] Se eu me
apaixonar pelo Natsu e o sentimento for recíproco, dá pra pensar no caso, né?
12.
E, se uma mulher tivesse vencido o leilão, você ia topar?
Sem dúvida nenhuma. Eu não vejo nenhum problema nisso. Não sou
lésbica, mas não tenho nenhum preconceito com as escolhas sexuais ou amorosas
de cada pessoa. Em um leilão não se escolhe o vencedor; é sempre quem dá o
maior lance.
"Em um leilão não se escolhe o vencedor; é sempre quem dá o maior lance. Não vejo nenhum problema nisso (na possibilidade de uma mulher ter sido a vencedora)"
13. Se aparecer alguém oferecendo dinheiro
para uma segunda vez, você aceita?
Eu ainda não tive nem a primeira vez… Quanto à segunda, creio
que não toparia. Vou dar uma chance para um possível amor. O leilão, a
princípio, seria algo a ser feito no final do projeto e seria opcional, podendo
ou não acontecer. Mas o diretor Justin resolveu mudar os planos e fazer o
leilão em meio ao documentário por uma questão de mídia mesmo.
14.
Depois que você perder a virgindade, o que mais fará parte do documentário?
O vencedor do leilão vai aparecer? Ainda não posso precisar o
que mais fará parte do documentário. Posso dizer apenas que o projeto continua
e, quanto ao vencedor do leilão, cabe a ele querer aparecer ou não.
15.
Durante o período de filmagem do documentário, você está sendo acompanhada por
um psicólogo. No que ele a está ajudando?
Eu costumo ler muito sobre filosofia, e é algo de que gosto
muito. Isso me ajuda e me incentiva a ter e seguir os meus próprios pensamentos
e ideias. Eu respeito os psicólogos; afinal, eles estudaram para ter esse
título, mas creio que os comportamentos humanos são muito subjetivos.
Então, basicamente posso dizer que gosto de trocar ideias
com eles como qualquer outra pessoa e não sinto necessidade de nenhum
acompanhamento psicológico.
16.
Você não acha que vai ser difícil arranjar namorado depois disso?
Eu tenho certeza de que não. Mas isso não me preocupa mesmo. Não
quero um namorado, quero um amor, e o amor verdadeiro não cobra nada, não é
egoísta e ama incondicionalmente.
17.
Para continuar famosa depois do leilão e do documentário, você pretende
participar de programas como Big Brother e A
Fazenda?
Eu vou ser bem sincera com
você: nunca acompanhei esses programas. Já vi um pedacinho ou outro do BBB muito de passagem, A Fazenda eu nunca vi nem sei em que canal
passa, mas creio que deve ser no mesmo estilo, né? Nada contra. O que estou
fazendo também não deixa de ser uma espécie de reality, mas eu nunca me
inscrevi em nenhum desses programas e nunca tive a intenção de fazê-lo.
18.
Oscar Maroni [dono
do clube privê Bahamas] afirmou que você ofereceu sua
virgindade a ele por 100.000 reais. É verdade essa história?
[Risos.] Por 100.000
reais e ainda por cima pra ele, Oscar Maroni?!? Dio mio, divina comédia! Isso
seria o mesmo que acreditar que a Terra é quadrada, o Sol é gelado e a água do
mar é doce!
O valor mínimo que eu estipulei para o leilão junto e somente
para o meu diretor Justin Sisely foi de 500 000 dólares, e nada menos que isso.
Para a minha sorte, o valor foi maior; então, sem comentários.
Catarina no site do documentário: "Quanto à segunda (vez), creio que não toparia (receber dinheiro). Vou dar uma chance para um possível amor"
19. Você conhece Oscar Maroni?
Sim, conheci essa figura
em Balneário Camboriú. Ele fazia questão de se fazer notar, parece ter gostado
de me ver tocar piano, trocamos ideias. Na época eu tinha 17 anos. Agora,
passear de mãozinhas dadas, jantarzinho romântico e beijinhos?!?
[Risos.]
Dá licença! Tá de brincadeira, né? É coisa da imaginação dele porque tal fato
nem sequer passou pela minha cabeça. Isso é patético. É tão desprezível alguém
usar calúnias para chamar atenção que sinceramente me desperta piedade.
20. Se por acaso Playboy tivesse
coberto o maior lance dado pela sua virgindade, você teria desistido de
perdê-la e posaria nua para a revista?
[Risos.] Essa pergunta é surpreendente, mas
informal, então eu não posso responder qual seria a minha decisão. Quanto a
posar nua, não vejo nenhum problema; é só uma questão de “valores”. Mas,
no momento, vou seguir fazendo parte desse documentário, que é o que mais
me interessa. Estamos todos muito focados nisso.
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